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Na F-1, equipes pequenas perdem espaço

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Por Agencia Estado
Atualização:

No início de 2001, o empresário australiano Paul Stoddart adquiriu a equipe Minardi. A intenção era usar a sua grande paixão, o automobilismo, para conseguir alguns milhões de dólares a mais em sua já bem polpuda conta bancária. Ele possui, dentre outras coisas, uma bem-sucedida empresa aérea de fretamentos, a European. Mas, pouco antes do GP da Bélgica, no começo do mês, anunciou a venda da Minardi para a Red Bull. Nesta sexta-feira, em Interlagos, Stoddart comentou porque abandonou seu projeto: "É o fim da linha para os times independentes na Fórmula 1". Para o empresário australiano, apenas as escuderias das montadoras ou pertencentes às grandes companhias, podem disputar o Mundial de Fórmula 1 atualmente. "As três independentes que existiam já mudaram de nome. A Minardi se chamará talvez Red Bull Junior, a Jordan, Midland, e a Sauber foi vendida para a BMW", contou. A diferença de investimento entre essas equipes que não têm problemas de orçamento e a que ele ainda dirige, por exemplo, gerou uma proporcional diferença de desempenho na pista. "Não é mais possível convencer uma empresa a lhe patrocinar em razão de que não poderemos lhe oferecer resultados", disse Stoddart. Ele contou, com impressionante sinceridade, sua primeira experiência na Fórmula 1, no campeonato de 2001: "Assumi a Minardi e vi que seus contratos lhe davam uma receita de US$ 2 milhões. E apenas para sobreviver seriam necessários mais de US$ 30 milhões. Eu banquei a temporada. Foi extremamente difícil." Sua sorte foi não ter sócios nos seus negócios. Stoddart lembrou, ainda, que em 2003 só concluiu o ano porque cedeu o piloto Justin Wilson para a Jaguar, time da Ford, e com isso pôde deixar de pagar a montadora pelo uso do seu motor, uma economia de cerca de US$ 12 milhões. "Meu momento mais feliz como dono de equipe? Certamente na abertura do campeonato de 2002, com o quinto lugar de Mark Webber no GP da Austrália, com nosso time", lembrou. A Red Bull ainda não decidiu como se chamará a Minardi em 2006. "Seja como for, eu os vendi uma organização muito mais bem estruturada da que comprei. Agora que vão colocar dinheiro no desenvolvimento do carro, irão se surpreender com a eficiência da base de nosso projeto", disse Stoddart, que voltará a cuidar de seus negócios. "Sentirei falta, mas estou consciente de que não há mais espaços para idealistas como eu."

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