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No Japão, título da F-1 será histórico

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Por Agencia Estado
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Não há como fugir disso: seja quem for o campeão do mundo, nesta madrugada de domingo no Japão, Michael Schumacher, da Ferrari, ou Kimi Raikkonen, McLaren, representantes de duas gerações distintas, o resultado será histórico: se der o alemão, a Fórmula 1 conhecerá o primeiro piloto a conquistar o título pela sexta vez em 54 anos de existência. Se o finlandês vencer a prova de Suzuka e Schumacher não fizer um único ponto, classificando-se em oitavo, por exemplo, sua única possibilidade de conquista, ele se tornará o mais jovem campeão do mundo de todos os tempos, com 23 anos e 11 meses. A etapa de encerramento da emocionante temporada tem mais a oferecer: está em jogo também o Campeonato dos Construtores. Ferrari, com 147 pontos, e Williams, 144, disputam o título. Diante de tantas incertezas no início do ano, por conta do pacote de mudanças no regulamento imposto à força pelo presidente da FIA, Max Mosley, a fim de resgatar o interesse pela competição, não há quem não afirme hoje: foi um enorme sucesso. O que mais poderia se esperar de um campeonato em que, na sua última prova, a luta pelo título de pilotos e construtores está em aberto? Oito pilotos distintos venceram ao menos uma etapa das 16 programadas? Principalmente tendo-se em conta que apenas um ano antes uma das equipes, a Ferrari, arrasou a concorrência, permitindo a Schumacher, já no GP da França, metade da temporada, definir a conquista. As alterações nos regulamentos técnico e esportivo permitiram apressar em no mínimo um ano o tempo de recuperação dos concorrentes mais diretos da Ferrari, ou seja Williams, McLaren e Renault. E o novo pacote já aprovado para vigorar em 2004 promete tornar a disputa ainda menos previsível, no fundo o que todos buscam: descobrir apenas à última hora, como agora, quem vencerá. Entre as equipes, a vitória final significará uma grande oportunidade de capitalização de todos envolvidos no projeto, montadoras e patrocinadores. E, o que nem todos sabem, um belo prêmio em dinheiro, equivalente a 20% de seu milionário orçamento, estimado em US$ 200 milhões. Independente do que irá gerar depois da bandeirada, o GP do Japão tem tudo para ser outra corrida emocionante como muitas este ano. "Depois do que vimos nos treinos livres e na pré-classificação, qualquer piloto dos oito primeiros tem condições de vencer a corrida", disse Schumacher nesta sexta-feira. Esses oito pilotos são os das escuderias Ferrari, Williams, McLaren e Renault. Do mais veloz na pré-classificação, Jarno Trulli, da Renault, a Juan Pablo Montoya, Williams, oitavo, havia apenas 9 décimos de segundo. "Será uma luta bem apertada", previu Raikkonen. Nos treinos com pista seca, a Michelin, da Williams, McLaren e Renault, sugeriu estar com pneus melhores para os ultra-seletivos 5.807 metros do "espetacular" circuito de Suzuka, como definiu Cristiano da Matta, da Toyota. Mas existe a possibilidade de chuva ao longo das 53 voltas da prova, com largada às 14h30 local, 2h30 de Brasília. E se de fato a previsão se confirmar, a Bridgestone, marca usada pela Ferrari, poderá ser tão determinante como foi em Indianápolis, dia 28, em que seus pneus, no molhado, deram um show, permitindo a Schumacher sair da sétima colocação para a primeira e garantir a enorme vantagem em que se encontra hoje para obter o sexto título. Os companheiros dos dois candidatos ao Mundial, Rubens Barrichello e David Coulthard, poderão ser determinantes para Schumacher e Raikkonen atingirem seu objetivo de serem campeões. "Nossa estratégia é fazer de tudo para Rubens ganhar a corrida e eu, nesse caso, ser no mínimo oitavo, o que nos daria os dois títulos, pilotos e construtores", revelou Schumacher ainda quinta-feira. Rubinho já afirmou que irá partir para o ataque. "É a melhor forma de ajudar o Michael e a Ferrari." Depois de Charlie Whiting expor a bandeira quadriculada ao vencedor, nesta madrugada, a próxima vez que os fãs da Fórmula 1 verão a mesma cena será apenas dia 7 de março de 2004, em Melbourne, na Austrália.

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