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OBRA DE R$ 101 MILHÕES VAI TRIPLICAR PADDOCK DE INTERLAGOS

Reforma atende antiga reclamação da Fórmula 1 e ficará pronta em outubro

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Por Ciro Campos
Atualização:

Mais de 200 operários trabalham em dois turnos com o auxílio de guindastes e caminhões para terminarem até meados de outubro a principal etapa da reforma mais aguardada no autódromo de Interlagos pelos pilotos da Fórmula 1. O antes criticado paddock vai triplicar em área construída, ganhar ares mais modernos e ser totalmente revitalizado após 25 anos da última grande intervenção.

O estágio atual das obras é a segunda fase das três planejadas para a reforma de Interlagos. O investimento é de R$ 160 milhões, com recursos federais do Programação de Aceleração do Crescimento (PAC) do Turismo e a realização é da SP Obras. A primeira etapa, no ano passado, trocou todo o asfalto e alterou dois trechos da pista. Para os dois estágios seguintes, o custo aproximado é de R$ 101 milhões para intervenções na área dos boxes.

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O Estado visitou o local durante a última semana junto com secretário municipal de Infraestutura Urbana e Obras, Roberto Garibe, e os engenheiros responsáveis pela obra, que está 80% concluída e se encontra na etapa de montagem das estruturas. Os trabalhos começaram em março e o objetivo é terminar até 15 de outubro, a um mês da corrida.

"É um cronograma bastante apertado para poder entregar, mas está sob controle. Se alguma coisa sair errada do ponto de vista técnico, temos os espaços de alguns finais de semana ou do terceiro turno para trabalhar", explicou Garibe em entrevista exclusiva.

O paddock fica atrás dos boxes e é restrito às escuderias, jornalistas e convidados. A área é um espaço onde as equipes da Fórmula 1 montam o espaço de trabalho para atividades que não são ligadas à parte mecânica, como salas de reunião e refeitório para os seus integrantes.

O local era apertado e alvo de crítica das equipes, até pela comparação com autódromos mais modernos do calendário da Fórmula 1, como na Ásia. Em corridas anteriores no Brasil, por exemplo, mecânicos e chefes de equipe tinham de dividir o espaço nas refeições com pneus e a circulação de pessoas.

O novo complexo terá um centro operacional de seis pavimentos e 3,5 mil m², que será destinado para o estafe de organização das provas. Além disso, a área de apoio às equipes terá dois andares e 4 mil m².

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Esse prédio vai ficar dois metros mais distante dos boxes, o que vai possibilitar o alargamento do corredor para a circulação de pessoas. Outro trabalho foi na melhoria da infraestrutura subterrânea, com a ampliação de uma galeria técnica para a passagem de tubulação sanitária e fiação elétrica.

Em janeiro inicia a terceira etapa, como foco no acabamento. Interlagos terá o único paddock coberto da categoria, os boxes terão o teto elevado e as divisórias entre eles não serão mais fixas.

Todo o pacote de mudanças foi uma contrapartida da própria Fórmula 1 para que Interlagos pudesse no ano passado prolongar até 2020 o contrato para realização das corridas. “A grande preocupação foi ter uma condição nova e melhor para as equipes trabalharem”, explicou o promotor do GP do Brasil, Tamas Rohonyi.

O chefe da categoria, Bernie Ecclestone, acompanha o andamento das obras à distância, esteve em São Paulo em maio e aguarda novembro para ver o resultado. Os pilotos também. "Interlagos é uma das pistas mais bacanas. No traçado, não há nada para ser mudado. No paddock, sim, tem falta de espaço para as pessoas e equipes trabalharem. Isso a gente tem de mudar e está sendo feito", afirmou Felipe Massa.

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