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Para CBA, "Interlagos está no limite"

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, Paulo Scaglione, será reeleito nesta quinta-feira, por aclamação, para o segundo mandato. A CBA, nesses quatro anos, aumentou o número de pilotos filiados de 2 mil para 6 mil. E é responsável por 28 campeonatos nacionais. Mas sua maior preocupação continua sendo a Fórmula 1. "A cidade está lotada nesta semana do GP. Acho que o evento ainda não está sendo explorado como poderia. O potencial da F-1 é muito grande", diz. Scaglione reconhece que a Secretaria Municipal de Lazer, Esportes e Turismo fez um excelente trabalho na administração do autódromo. "A gestão de Júlio Lima serve de modelo." Mas defende um envolvimento maior com a corrida. "A verdade é que São Paulo tem hoje grandes concorrentes. A China e Bahrein construíram autódromos de mais de US$ 200 milhões. Eles fizeram isso porque reconhecem o poder da F-1 de movimentar dinheiro e atrair turismo. Se não fizermos um sério investimento no autódromo, esse GP vai acabar saindo daqui. E se sair não volta mais", prevê. Segundo o dirigente, o ideal é um envolvimento dos governos estadual e federal para que a corrida não corra riscos. "O circuito foi remendado quatro vezes. Está no limite. Estamos chegando ao momento em que teremos que fazer uma grande reforma para os próximos dez anos." O GP do Brasil de F-1 nada custa para a cidade, além da manutenção do circuito, que neste ano ficou em torno dos R$ 27 milhões. O custo é bancado pelos patrocinadores, pela Rede Globo e pela própria organização. "Portanto, basta termos o autódromo em condições ideais para continuarmos com a Fórmula 1", diz Scaglione. A CBA é uma das poucas entidades esportivas que não recebem auxílio governamental, já que o automobilismo não é esporte olímpico. Scaglione começou agora a promover algumas parcerias, como com a Petrobrás, que construiu uma arquibancada fixa para 650 pessoas. "À medida que as arquibancadas fixas substituírem as provisórias, a Prefeitura terá um gasto menor." Com a construção dos novos e modernos circuitos que agora recebem os carros da F-1, Interlagos caiu de categoria. Os melhores são os novos autódromos da China, Malásia e Bahrein. Indianápolis, Monza, Barcelona, Hockenheim, Nurburgring, Suzuka, Spa e Melbourne também oferecem excelentes condições. Interlagos e Imola já estão em um patamar abaixo. "Espero que isso mude. Mas, infelizmente, está difícil", conclui Scaglione.

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