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Para os italianos, Raikkonen deve ser anunciado em breve pela Ferrari

Se confirmado, a relação com Alonso é desde já uma das atrações da próxima temporada

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Por Redação
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Para os italianos, se ainda havia uma ponta de dúvida sobre quem seria o companheiro de Fernando Alonso, em 2014, agora já não mais existe: será mesmo o finlandês Kimi Raikkonen, que entre 2007 e 2009 competiu pela Ferrari, sendo campeão na primeira temporada.O diário esportivo Gazzetta dello Sport, pertencente ao Grupo Fiat também, como a Ferrari, publica na edição de amanhã, quando é esperado o anúncio oficial, que uma nova fase se inicia na escuderia de Maranello: a de disputar o Mundial com dois campeões do mundo.Até a corrida de Monza, domingo, a escolha não havia sido feita, se é mesmo que Raikkonen ganhou a concorrência. Mas é provável que na cabeça do presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, aquele mesmo piloto que chamou, no fim de 2009, para dizer que não respeitaria o contrato, portanto estava sendo dispensado, Raikkonen, represente hoje, a melhor opção para sua equipe.Em 2010, o finlandês foi substituído por Fernando Alonso. Agora, Raikkonen está de volta, conforme se espera, para ser o companheiro do espanhol. E chega recepcionado da pior maneira possível por Alonso, que disse, na Bélgica, quando seu nome surgiu como candidato à vaga de Massa: “Kimi? Por quê? Quando passou por aqui era mais lento que Felipe”O mesmo Alonso deverá cumprimentá-lo, agora, na quinta-feira, dia 19, no paddock do circuito de Cingapura, por ter sido o escolhido de novo por Montezemolo. E a partir do fim do campeonato, em seguida ao GP do Brasil, dia 24 de novembro, compartilhar o extensíssimo programa de simulação da escuderia, como preparação para a mais complexa temporada da história da Fórmula 1, a de 2014, quando uma nova era tecnológica entra em cena.A última vez que a Ferrari teve dois pilotos potencialmente capazes de disputar o mesmo espaço foi no distante 1990. O francês Alain Prost, já três vezes campeão do mundo, 1985, 1986 e 1989, teve como companheiro o inglês Nigel Mansell.E o “Leão”, apelido de Mansell, nessa época ainda rugia pouco, haja vista que terminou o campeonato com 37 pontos, na quinta colocação, enquanto Prost disputou o título com Ayrton Senna, da McLaren, até a penúltima etapa, em Suzuka, no Japão. Mansell conquistaria o título apenas em 1992, pela Williams.Se for mesmo esse o desfecho da história, como afirma a Gazzetta dello Sport, então haverá uma reação em cadeia no mercado de pilotos. Até o GP da Itália, o alemão Nico Hulkenberg, da Sauber, representava a segunda opção para Montezemolo. E quase ninguém acreditava mais ser possível a Felipe Massa ganhar mais um ano de contrato.Uma vez Raikkonen ficando com a vaga de Massa, Hulkenberg deve ser chamado por Eric Boullier, da Lotus, para mais uma rodada de conversas. É o preferido do francês para substituir Raikkonen.Sabe-se que Bernie Ecclestone, promotor do Mundial, diante de o Brasil ser uma peça importante dos seus interesses, está tentando fazer com que Massa permaneça na Fórmula 1, ou mesmo o competente brasiliense Felipe Nasr, da GP2, possa estrear na competição em 2014.A eventual confirmação de Raikkonen pela Ferrari pode ser a garantia de emoções mais fortes em 2014, um tanto ausentes este ano. A Ferrari não tem histórico de contar com dois pilotos capazes de serem campeões do mundo, caso o carro corresponda. E seu diretor, Stefano Domenicali, não é o líder forte necessário para administrar relacionamentos difíceis, capazes de comprometer os resultados da equipe.Alonso não admite que um piloto possa ser mais eficiente que ele com o mesmo carro. É impressionante como se perde emocionalmente. Se o campeonato de 2014 começar com Raikkonen na frente, e o finlandês tem talento para isso, é de se esperar que o espanhol desencadeie reações semelhantes às de 2007, em que o veloz Lewis Hamilton foi seu companheiro na McLaren e, apesar de estreante, liderou boa parte do campeonato.O elenco de pedidos de Alonso está pronto caso Raikkonen, se confirmado, for mais eficiente: o acerto que definir para o seu carro não mais poderá passar para o grupo que trabalha no carro do finlandês. Domenicali deverá escalá-lo para a maioria dos oito dias de testes que a Fórmula 1 fará em 2014. Os novos componentes devem primeiro ser testados por ele, por conhecer melhor a equipe, afinal está lá desde 2010, dentre outros.Mas Alonso é igualmente capaz de se impor na disputa interna com Raikkonen, não se desequilibrar e disputar uma grande temporada, vencendo a concorrência interna. Para isso basta não se sentir ameaçado. Como acontece com Felipe Massa.A contratação de Raikkonen – ainda não oficial – revela outra mudança na filosofia gerencial da escuderia italiana. Montezemolo e Domenicali não mais deixam a chave da sede, em Maranello, nas mãos de Alonso, como faziam até antes do GP da Hungria e com Michael Schumacher, de 1996 a 2006. Seu empresário, Luis Garcia Abad, o ofereceu a Christian Horner, diretor da Red Bull, e Alonso criticou pesadamente seu time.A direção da Ferrari perdeu a confiança no seu piloto. A chegada de Raikkonen é uma resposta à quebra do vínculo quase simbiótico que havia entre a escuderia e Alonso. Não mais vencem e perdem juntos.Se o espanhol por acaso encontrar alguém que pague a multa rescisória do seu contrato, com prazo de vencimento no fim de 2016, algo bem pouco provável, e resolva deixar a Ferrari, Montezemolo e Domenicali já têm um campeão do mundo, em grande fase, pronto para corresponder na pista. Alonso poderia fazer falta, é um piloto absolutamente brilhante, mas não seria imprescindível, como hoje.

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