Pelé não dá bandeirada para Michael

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Por Agencia Estado
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Para o bem do Brasil e do mundo, Pelé escolheu o futebol. Porque, se dependesse do que mostrou hoje no autódromo de Interlagos, o Atleta do Século teria sérios problemas para se adaptar ao automobilismo. Escolhido para dar a bandeirada final, acabou se distraindo dando acenos à torcida no momento mais importante da corrida e só foi agitar a bandeira muito tempo depois de Michael Schumacher cruzar a linha de chegada. Momentos antes, o brasileiro Antônio Pizzonia, piloto de testes da Williams, mostrou como funciona o novo modelo FW24, e chegou a tirar o volante do carro para Pelé entender melhor. Depois de dez minutos de explicações, ouviu o embasado comentário do rei: "Todos esses botõezinhos têm mesmo utilidade?" Pelé chegou ao autódromo por volta das 11h30 e foi visitar, a convite da Petrobrás, o box da Williams, sendo recebido por Frank Williams e Patrick Head, donos da equipe. Para não fugirà tradição, por onde passava era a grande atração. Bem-humorado, o Rei do Futebol, depois de fazer um mecânico se engasgar com um sanduíche quando apareceu em sua frente, ainda brincou com o preparador de motor da BMW, Mario Theissen. "Tem como me preparar para a Copa do Mundo?", brincou. "Você não precisa disso", devolveu o alemão. O ex-jogador mostrou-se entusiasmado com a nova geração de pilotos nacionais e chegou a brincar com o colombiano Juan Pablo Montoya, pole-position, pedindo para ele facilitar a vida dos brasileiros. "Vi de perto Emerson, Piquet e Senna. Agora quero ver jovens como Pizzonia no pódio", disse momentos antes da corrida. "Quero dar a bandeirada para um brasileiro", concluiu. Na verdade, com o vacilo do Atleta do Século no final da corrida, quem teve a glória de receber a bandeirada foi o nono colocado, o japonês Taruma Sato, da Jordan. O tumulto por onde passava era tão grande que Pelé teve de ser levado ao camarote da Petrobrás por uma viatura da Divisão Anti-Seqüestro da Polícia Militar.

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