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Pilotos brasileiros optam pela IRL

Por Agencia Estado
Atualização:

Os Estados Unidos continuam sendo um bom caminho para os pilotos brasileiros. O foco, porém, mudou. Em vez da F-Indy, o campeonato organizado pela Cart (Championship Auto Racing Teams), o interesse agora é pela Indy Racing League (IRL), categoria com apenas sete anos de vida e em franco crescimento. A mudança de foco já pôde ser notada nesta temporada. A IRL teve a participação regular de cinco brasileiros: Felipe Giaffone, Airton Daré, Raul Boesel, além de Gil de Ferran e Hélio Castro Neves, estes últimos "pinçados?? da Cart após o campeonato de 2001. E Vitor Meira disputou as quatro últimas provas do campeonato. Na contramão, a Cart, que já chegou a ter 11 brasileiros num mesmo grid, teve em 2002 Cristiano da Matta, Bruno Junqueira, Tony Kanaan e Christian Fittipaldi. E a "preferência brasileira?? pela IRL vai aumentar em 2003. Kanaan entra na categoria, correndo pela Andretti/Green - aliás, uma das equipes que está trocando de lado. Meira e Boesel ainda não têm contrato fechado, mas contam com boas chances de continuarem. Já a Cart perdeu Kanaan, Da Matta (para a Fórmula 1) e Christian (para a Nascar). Hoje, Junqueira, que trocará a Chip Ganassi (a equipe também foi para a IRL) pela Newman-Haas, é o único brasileiro garantido na categoria. O que motiva essa nova ordem? A resposta é simples. A categoria criada por Tony George em 1996 está crescendo em termos de organização e até tecnológicos, enquanto a gerenciada pela Cart perdeu o rumo, que tenta retomar. Em 2003, por exemplo, a IRL terá dois novos fornecedores de motores, os japoneses da Toyota e da Honda ("roubados?? da Cart, por sinal); a Cart terá de viver com apenas um fornecedor, a Ford. "Novos ventos?? - Percebendo que o vento mudou de lado, os brasileiros estão se deixando levar. Mas continuarão a ser bem-recebidos numa categoria criada com a bandeira de ser enimentente norte-americana, para agradar público e patrocinadores, a ponto de só correr em pistas ovais? As opiniões se dividem. "Creio que a facilidade que os brasileiros estão encontrando neste momento não vai ser repetir no ano que vem. Ninguém vai vetar claramente um piloto só porque ele não é norte-americano. Mas os organizadores da categoria já buscam opções caseiras. As participações de Tony Reina e Buddy Rice nesta temporada (os dois entraram no meio do campeonato) é um indício disso??, acredita o empresário Willy Hermann, cuja empresa detém os direitos de divulgação e comercialização da IRL no Brasil. Felipe Giaffone, porém, acha que a porta continuará aberta para os estrangeiros, entre eles, claro, os brasileiros. "É impossível fazer uma categoria de fórmula sem estrangeiros. Eles (os organizadores da IRL) sabem disso??, diz o piloto da equipe MoNunn. "É natural que façam um trabalho para ter pilotos americanos em equipes fortes, até porque isso agrada aos patrocinadores, em sua grande maioria americanos. Mas não vão banir os estrangeiros.?? O piloto lembra que uma categoria que tem - ou terá - entre seus fornecedores empresas como a fabricante de chassis Dallara (italiana), as de motores Nissan, Honda e Toyota (japonesas), patrocinadores com a Souza Cruz (brasileira, na NoMunn) e Red Bull (austríaca, da equipe Cheever), não pode ser xenófoba. "E no ano que vem teremos uma corrida em Motegi, no Japão.?? Para colocar a mão do gigante na mesa em sua queda-de-braço com a Cart, a IRL também acena com a possibilidade de realizar corridas em circuitos mistos, o que a tornaria bem mais atraente. Já se fala de uma prova na pista mista de Indianápolis ou em Waktins Glein em 2003. "Tudo isso fortalece a IRL. Além disso, a categoria tem um pacote de transmissão de TV muito bom, o que interessa aos patrocinadores. A Cart não tem??, acrescenta Giaffone. Questão de preço - Outro fator que está fazendo a IRL dar uma volta na Cart é o preço. Hoje, com algo em torno de US$ 3 milhões por carro corre-se toda a temporada. Equipes como a Panther (do atual bicampeão, o norte-americano Sam Hornish Jr.) e a Penske gastam um pouco mais. Mesmo assim, bem menos do que na Cart, onde nas últimas temporadas por menos de US$ 10 milhões não se fazia nada - Chris Pook, novo presidente da Cart, encabeça uma cruzada para reduzir os custos, mas isso leva algum tempo. Para os pilotos, a IRL também é um bom negócio. O salário anual médio na categoria é de US$ 1 milhão. E os prêmios pagos a cada GP são generosos. Média de US$ 250 mil. Só Hélio Castro Neves, por exemplo, já faturou US$ 2.285.665 brutos este ano. Felipe Giaffone ganhou US$ 1.183.165. Os valores dos prêmios, conforme o contrato, ficam 60% com a equipe e 40% com o piloto (a ordem é invertida se o corredor é de primeira linha). "Ao longo de uma temporada, dá para se obter bons ganhos. Esse é mais um fator que torna a IRL interessante para os pilotos??, conclui Willy Hermann.

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