Pilotos se mostram empolgados e motivados para correr no México pela Fórmula E

Em conversa exclusiva para o Estadão, Sérgio Sette Câmara e Antonio Félix da Costa comentam sobre a preparação para a corrida deste sábado, no autódromo Hermanos Rodríguez

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Por Sergio Neto
Atualização:

Contagem regressiva para a largada da Fórmula E no México, neste sábado. O autódromo Hermanos Rodríguez recebe a terceira prova do ano e, mesmo estando bem cedo, é possível notar a ansiedade e motivação dos pilotos em busca do título no final da temporada. O sinal verde acende às 18h45 (horário de Brasília) e o Brasil terá transmissão pela TV Cultura. O Estadão falou com exclusividade com os pilotos, que se mostraram bem à vontade no México. Como uma segunda casa. O brasileiro Sérgio Sette Câmara, da Dragon/Penske, projeta uma corrida com os pés no chão. Sabe o que tem de ser feito e confia no trabalho que foi projetado em sua equipe.

O brasileiro Sérgio Sette Câmara, piloto da Dragon/Penske, nunca correu no México, mas confia no trabalho que foi projetado pela sua equipe Foto: Sergio Neto/Estadão

"O México é uma pista nova para mim", esclareceu o piloto. "É difícil falar de uma pista que eu nunca andei, mas com as reuniões que tivemos dá pra dizer que é uma pista com vários pontos de ultrapassagem. Uma pista muito limitada pela energia, o consumo alto, então temos sempre de administrar", projetou. Câmara analisa também que a experiência conta muito neste tipo de trajeto. Aqueles que souberem administrar a bateria e os pneus serão os primeiros colocados. "Tudo isso faz com que seja uma corrida bem diferente das duas que já fizemos." O português Antonio Félix da Costa, da DS Techeetah, sabe bem o que é correr na Fórmula E. Ele já foi campeão da modalidade e participou de todas as oito temporadas até agora. Experiência e sabedoria não faltam ao piloto. Inteligente, ele usa dos erros cometidos nas duas provas anteriores como lição para subir ao pódio no México. ​

Antonio Félix da Costa, piloto português da DS Techeetah já foi campeão da Fórmula e participou de todas as oito temporadas da categoria Foto: Sergio Neto/Estadão

"Tivemos um fim de semana complicado, um início de temporada mal. Por isso foi um acordar, abrir os olhos tanto eu como a equipe. Vários erros que não podemos fazer a este nível. Chegamos aqui bem preparados e motivados", declarou o português ao Estadão. Costa quer mais. Ele é versátil, pratica outros esportes como surfe e snowboarding. Competir está no seu sangue. Para voltar a conquistar o campeonato, a lição de casa já está sendo feita. "É trabalho, cara. Acreditar. Muita força mental. Na vida temos altos e baixos, e é importante às vezes passarmos por certo pontos negativos para vir só coisas boas depois. Mentalidade está lá em cima, a vontade de vencer é ainda maior."

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Os dois pilotos entrevistados pela reportagem também fizeram suas previsões para a temporada. Serão duas realidades diferentes, mas com o mesmo objetivo: de fazer o melhor que podem, alinhados sempre com a equipe de engenheiros e mecânicos.

"Os carros deste ano são muito parecidos com os do ano passado", disse Câmara. "A tendência é que os resultados entre as equipes sejam parecidos mesmo. A nossa performance no ano passado foi de apenas conquistar pontos, pontuar em algumas corridas. A tendência é de que não saímos muito disso. É claro que sempre queremos melhorar, mas não dá pra falar que com o mesmo carro do ano passado, que de vez em quando dava para pontuar, eu vou sair ganhando corrida. É muito improvável."

Já Costa foi mais amplo. Preferiu fazer uma análise do todo, e não só de sua equipe. Mas o ponto em comum entre os dois foi: competição emocionante e equilibrada. "É complicado, mesmo olhando para as duas corridas na Arábia Saudita, teve muita gente na frente. Acho que o campeonato está forte. Mas temos de focar no nosso trabalho, garantir e fazer um dia bom", declarou.

SONHO COM F-1

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A comparação acaba sendo inevitável, até porque a Fórmula 1 é o sonho de todo piloto de automobilismo desde criança, e isto não é diferente com Sérgio Sette Câmara. O mineiro de apenas 23 anos diz estar focado na Fórmula E, mas que sim, a principal categoria do automobilismo mundial é, sem dúvida, atrativa. "A Fórmula 1 é um sonho para todos os pilotos. É o principal campeonato do automobilismo. Nunca se sabe como vai ser no futuro. Se amanhã eu tivesse uma proposta, eu ia olhar com muito carinho. Mas meu foco é na Fórmula E, é onde é minha oportunidade. Eu acredito muito neste campeonato. Vai surfar essa onda dos carros elétricos. Automobilismo tem de acompanhar a tecnologia das ruas", disse. Sobre a FE, o brasileiro exalta, dizendo que cada vez mais as tendências das ruas estarão em equilíbrio com a categoria elétrica. "A relevância do esporte fica maior com o passar do tempo, não só para as fábricas, como para os fãs. O fã que tiver carro elétrico vai se identificar mais com carros elétricos. Um carro a combustão pode estranhar. E tem o fato das fábricas estarem aqui, o dinheiro será injetado aqui. O campeonato toma uma proporção maior. Acredito que aqui é o futuro", finalizou.

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