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Pista de Mônaco é palco de brasileiros

Com Fittipaldi, Senna e Barrichello o Brasil teve muitos êxitos no circuito de Montecarlo, curiosamente, sempre sob muita chuva.

Por Agencia Estado
Atualização:

Pode até ser que domingo, na hora da largada, o sol forte aqueça as ruas do principado, mas se o mau tempo dos últimos dias persistir, as chances de os pilotos brasileiros conquistarem um bom resultado aumentam. É o que mostra a história dessa prova que chega na sua 59ª edição, como o incrível desempenho de Ayrton Senna, em 1984, oferecendo à Fórmula 1 suas credenciais de futuro campeão. Quinta-feira começam os treinos livres da sétima etapa da temporada. As afinidades dos representantes do País no Mundial com a corrida de Monte Carlo são grandes. Senna, por exemplo, a venceu nada menos de seis vezes, sendo que cinco delas de forma consecutiva, de 1989 a 1993. É o piloto que mais ocasiões ganhou uma etapa do campeonato. Mas é particularmente quando o GP de Mônaco é disputado sob chuva que o resultado insere, por vezes, um brasileiro na história. Foi o que ocorreu com o próprio Senna, em 1984, na sua sexta prova na F-1, pela modesta Toleman. Ao ultrapassar com autoridade os grandes campeões da época, como Niki Lauda e Alain Prost, a dupla da McLaren, Senna mostrou ao mundo quem, de fato, era. Ele acabou em segundo porque a direção de prova considerou as condições de chuva forte "perigosas demais" e a interrompeu na volta em que Senna passou Prost (31ª de um total de 78), assumindo a primeira colocação. Com a decisão de paralisar a competição, o resultado oficial ficou sendo o da volta anterior, em que Prost ainda liderava a corrida. Foi um dos casos mais esdrúxulos da história da F-1. O diretor de prova era o belga Jacques Ickx, que corria como piloto oficial da Porsche no Mundial de Esporte-Protótipos, e a McLaren de Prost, a favorecida com a sua decisão, utilizava motor Porsche. Ickx agiu em causa própria. Prost viria a se lamentar no fim do ano da sua decisão. Ao interromper a corrida naquele momento, os seis primeiros colocados receberam apenas a metade dos pontos. E Prost concluiu a temporada em segundo, atrás do campeão Lauda, por apenas meio ponto, 72 a 71,5. O segundo lugar naquela prova teria lhe dado o título. O primeiro brasileiro a liderar o Campeonato Mundial de Pilotos de F-1 foi Emerson Fittipaldi. O GP de Mônaco de 1972 registra a primeira transmissão de TV ao vivo para o País de uma etapa do Mundial. "Uma regata seria mais apropriada que uma competição de F-1", disse na época Emerson, piloto da Lotus, para explicar o volume de água que caía. Apesar de largar na pole position, Emerson chegou em quarto, mas com os três pontos assumiu sozinho a liderança do campeonato. O francês Jean Pierre Beltoise, da BRM, venceu seu único GP da carreira, bem como sua equipe obteve a última das 17 vitórias que conseguiu na F-1. "Eu já venci 27 vezes na F-1, mas nunca me emocionei tanto como hoje", declarou Jackie Stewart, campeão do mundo em 1969, 1971 e 1973, depois do segundo lugar de Rubens Barrichello em Mônaco, em 1997, com seu carro. Era a temporada de estréia de seu time, Stewart-Ford, no Mundial. E para comprovar a história: choveu forte no principado o tempo todo. Até ganhar o GP da Alemanhã do ano passado, também realizado sob chuva, aquele fora o melhor resultado de Rubinho na F-1, ao lado da segunda colocação no GP do Canadá de 1995.

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