Pole não seduz Schumacher na Hungria

"Tradicionalmente a corrida de Budapeste se desenvolve com dois e até três pit stops. Isso reduz a necessidade de largar em primeiro."

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Por Agencia Estado
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Se Michael Schumacher e a Ferrari repetirem amanhã, na sessão que definirá o grid do GP da Hungria, o mesmo bom desempenho de hoje nos treinos livres, suas chances de serem campeões já neste domingo crescerão ainda mais. O alemão registrou o melhor tempo do dia e Rubens Barrichello, o companheiro de Ferrari, ficou em segundo. "Mas a McLaren está perto", lembrou Michael. Mika Hakkinen obteve o terceiro tempo, apenas 138 milésimos de segundo mais lento. O fim de semana começou muito bem para Michael. Além de ser o mais veloz, hoje, seu adversário na luta pelo título, David Coulthard, quase não treinou por um motivo simples, mas que lhe custou caro: ao passar sobre uma zebra, ainda no início da sessão da manhã, os danos na sua McLaren foram tantos que ele não pôde mais treinar. Completou apenas 9 voltas diante de 38 do piloto da Ferrari. "Ficar parado porque você errou e bateu nos pneus é aceitável. O que não dá para compreender é uma zebra como aquela (na curva 11), num ângulo tão equivocado." Os mecânicos da McLaren iniciaram hoje mesmo a montagem de um novo carro para o escocês. Michael diminui um pouco a importância de estabelecer amanhã a pole position, num traçado onde as ultrapassagens são quase impossíveis. "Tradicionalmente a corrida de Budapeste se desenvolve com dois e até três pit stops. Isso reduz a necessidade de largar em primeiro." No confronto com a McLaren, a Ferrari tem se dado bem melhor nas classificações. Apenas três vezes, em 12 etapas já disputadas, os ingleses foram mais velozes que os italianos: Ímola, Mônaco e Hockenheim. Se ocorrer de o campeonato não ser definido em Hungaroring Michael pediu paciência à torcida. "É preciso calma, teremos outras oportunidades." Para o favorito à vitória e à conquista do título, David Coulthard ainda não renunciou à luta. Não é, no entanto, o que afirma o piloto da McLaren. "Não posso sentir a sensação de perda porque nunca tive a de estar próximo do Mundial", explicou. "Um campeonato não se vence ou se perde em uma etapa, mas ao longo de uma temporada." Ele demonstrou até irritação com os jornalistas que lhe perguntavam sobre as suas chances de ainda ser campeão. "Vim aqui, nessa pista que eu gosto, uma Monâco com área de escape, para disputar um GP. Não estou pensando em títulos ou coisas parecidas." Suas declarações confessam sua resignação, afinal está 37 pontos atrás de Michael (84 a 37) e restam, com a prova de domingo, apenas 5 etapas para o encerramento do Mundial. Rubens Barrichello trabalhará para Michael e a Ferrari vencerem. "Na realidade vai depender da minha posição no grid e depois da largada, ao fim da primeira volta", explicou. A hipótese de ele ser o coelho da Ferrari foi descartada pelo piloto. A possibilidade de ser vice-campeão não o coloca sob pressão. "Venho de uma miniférias, nada vai me incomodar. O Michael talvez esteja sob pressão, não eu." Sua preocupação maior amanhã é mudar a série de três más classificações nas sessões que definem o grid. Ele largou em sexto nos GPs da Alemanha e da Grã-Bretanha e em oitavo na França. Rubinho saiu em defesa de Coulthard, na questão da zebra alta na saída da curva 11. "Nós já havíamos chamado a atenção da FIA para o problema e recebemos como resposta que deveríamos esperar o primeiro teste. O resultado está aí." Os outros três brasileiros não foram bem nas duas sessões livres de hoje: Enrique Bernoldi, da Arrows, obteve o 19.º tempo, Luciano Burti, Prost, o 21.º, e Tarso Marques, Minardi, o 22.º. A rede Globo transmite amanhã ao vivo a classificação do GP da Hungria, das 8 às 9 horas.

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