Nas últimas semanas, foi noticiada a possível inclusão de uma corrida na Arábia Saudita no próxima temporada da Fórmula 1. A corrida aconteceria nas ruas de Jidá no fim de 2021. O país já se prepara para receber um Grande Prêmio no circuito de Qiddiya, que deve ficar pronto em 2023.
Porém, os organizadores da Fórmula 1 devem enfrentar resistência para a alocação de uma nova prova no país saudita, uma vez que a Anistia Internacional se manifestou contrária à realização do evento e apontou que o objetivo da Arábia Saudita seria desviar a atenção sobre casos de violação de direitos humanos.
O governo saudita é criticado por prisões, torturas e execuções de opositores do governo, além de limitações aos direitos das mulheres e a criminalização da homossexualidade.
Em 2018, a morte do jornalista Jamal Khashoggi, da qual o governo é acusado, pôs em xeque a atuação do país frente a liberdades individuais. No mesmo ano, as mulheres foram autorizadas a tirar carteira de motorista e frequentar estádios de futebol.
A Anistia Internacional recomendou que se os contatos prosseguirem para a realização de uma corrida no país, os organizadores devem exigir no acordo que sejam cumpridas normas humanitárias, principalmente com relação a padrões de trabalho, e que todos os eventos sejam abertos para todos os públicos.
"As autoridades sauditas aparentemente veem o esporte de elite como um meio de melhorar sua reputação gravemente prejudicada. Nos preparativos para a corrida em Jeddah, pediríamos urgentemente para todos os pilotos, proprietários e equipes da F-1 que considerem falar sobre a situação dos direitos humanos no país", informou Felix Jakens, porta-voz da Anistia Internacional.
No início de 2020, causou polêmica a realização, na Arábia Saudita, da Supercopa da Espanha. Também foram alvo de questionamentos amistosos realizados pela seleção brasileira no país, que já recebeu eventos automobilísticos, como a Fórmula-E e etapas do Rally Dakar, e disputas do UFC.