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Presidente da FIA ganha ação contra tablóide que publicou orgia

Por LUKE BAKER
Atualização:

O presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Max Mosley, venceu na Justiça o caso de indenização movido contra um tablóide que divulgou detalhes sobre a participação dele em uma orgia sadomasoquista. Mosley não negou ter participado da orgia ao lado de cinco prostitutas, mas disse que sua privacidade havia sido invadida pela reportagem do jornal The News of the World. O juiz do caso, David Eady, concordou com Mosley, afirmando na sentença desta quinta-feira que o autor da ação "deveria ter respeitado seu direito à privacidade quando se trata de atividades sexuais (ainda que não convencionais) realizadas por adultos, de comum acordo e em propriedade particular". O tablóide foi condenado a pagar 60 mil libras (119.800 dólares) em indenização e a pagar pelas custas processuais -- algo em torno de 450 mil libras, segundo estimativas. O caso viu-se acompanhado de perto por advogados, jornais e celebridades já que pode criar um precedente quanto ao respeito à privacidade, impedindo os meios de comunicação de intrometerem-se excessivamente na vida particular dos famosos. Eady, no entanto, disse não considerar sua sentença um precedente, já que ela se limitaria simplesmente a seguir as leis existentes. Mosley, de 68 anos, deu início à ação no começo deste mês, afirmando que o tablóide, que publicou fotos dele sendo espancado por mulheres vestidas como guardas de uma prisão, era responsável por "uma invasão grave e indefensável da vida privada dele." O News of the World argumentou que Mosley, filho de um líder fascista da Grã-Bretanha dos anos 30, Oswald Mosley, havia se envolvido em brincadeiras de conotação nazista e que a orgia representava o exemplo de uma "verdadeira depravação" e não simplesmente uns "tapinhas bobos." Durante a fase de instrução do protesto, o presidente da FIA confessou se interessar pelo sadomasoquismo desde muito novo, mas rejeitou qualquer sugestão de alimentar um fetiche nazista. Ele disse que, em vista de seu histórico familiar, haveria poucas coisas menos eróticas do que isso. A acusação do News of the World sobre o elemento nazista da orgia caiu por terra quando sua principal testemunha, a prostituta casada com um agente do serviço secreto britânico MI5, não conseguiu provar o fato. A mulher, responsável por gravar secretamente a orgia, deveria ter dito que Mosley havia exigido o tema nazista. As outras quatro prostitutas envolvidas negaram a existência de qualquer elemento nazista. Depois do surgimento da história, Mosley viu-se pressionado para deixar seu cargo. No entanto, continuou a dirigir a FIA até conquistar uma moção de confiança dada por uma assembléia geral extraordinária da entidade, o órgão responsável por comandar a Fórmula 1. Na Justiça, Mosley contou que a mulher dele, com quem está casado há 48 anos, não tinha conhecimento do fetiche sadomasoquista dele. E disse que pagou por diversas vezes quantias de até 2.500 libras para fazer com que prostitutas batessem nele, o humilhasse e o chicoteassem. (Reportagem adicional de Jeremy Lovell)

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