Prost ainda não está fora da F-1

O pedido de falência da equipe francesa não significa que a Prost não estará, necessariamente, no grid da primeira etapa do Mundial de 2002, dia 3 de março na Austrália.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Talvez tivesse sido um melhor negócio para Alain Prost aceitar a oferta que Pedro Paulo Diniz lhe fez, há alguns meses: US$ 1 dólar pela compra da Prost Grand Prix. O ex-piloto francês não quis fazer o negócio e hoje, em Guyancourt, sede da equipe, próximo a Paris, diante da impossibilidade de administrar uma dívida de US$ 30 milhões, oficializou a sua falência. "Só há uma saída para prosseguir com o projeto: o pagamento dos débitos", afirmou. Prost é dono de 51,3% da Prost Grand Prix, enquanto Pedro Paulo Diniz possui 40%, o grupo Louis Vuitton 5,8% e o Uahoo 2,9%. A primeira pergunta que fica no ar é se Diniz, como sócio, tem responsabilidade no elevado débito da organização. Procurado pela reportagem, Diniz disse que não tinha nada a comentar porque desconhecia ainda o teor do comunicado por seu sócio e que amanhã se pronunciaria a respeito. Ainda quando frequentava os autódromos para acompanhar as corridas, o que ocorreu até a metade da temporada apenas, Diniz afirmou, no GP da Alemanha, que não só não tem nada a ver com a conta não paga pelo time como não investiu o planejado inicialmente, US$ 26 milhões, por que a equipe não cumpriu algumas obrigações previstas no contrato. O futuro da Prost Grand Prix está nas mãos do Tribunal de Versalhes, município maior da região de Guyancourt, que irá escolher um responsável para administrar as contas da escuderia. Isso não significa que a Prost não estará, necessariamente, no grid da primeira etapa do Mundial de 2002, dia 3 de março na Austrália. "Tudo vai depender das ofertas que receberemos", afirmou Prost. Diniz desistiu do projeto de assumir a equipe depois que o francês se recusou a lhe vendê-la em troca de assumir as dívidas. Hoje eram fortes os comentários, na França, de que o grupo belga Interbrew, fabricante de algumas das cervejas mais vendidas no mundo, como Tecate, Labatt e Stella Artois, faria uma oferta pela Prost. A história da Prost Grand Prix começa em 1997, quando o ex-piloto, quatro vezes campeão do mundo, colocou em prática seu grande sonho de montar um time francês na Fórmula 1. Hoje, cinco temporadas depois, o sonho transformou-se em pesadelo. Nesse tempo, 83 GPs foram disputados e tudo o que a Prost conseguiu foi 35 pontos, apesar dos elevados investimentos dos patrocinadores nos dois primeiros anos.

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