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Raikkonen: vitória para impor respeito

Por Agencia Estado
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É bem provável que Fernando Alonso e Flavio Briatore, piloto e diretor da Renault, estejam fazendo contas: por quantas etapas seremos ainda líderes se terminarmos em segundo, sempre atrás de Kimi Raikkonen e da McLaren? O finlandês venceu neste domingo o GP da Espanha, no Circuito da Catalunha lotado, belíssimo, com tanta vantagem sobre Alonso, 27 segundos, que pode assumir o papel de dominador da competição interpretado até agora, este ano, pelo espanhol. "Finalmente tudo funcionou. Sabia que o carro mais rápido era o nosso, mas sempre acontecia alguma coisa que me tirava da corrida", disse Raikkonen, até com raiva. Depois de quatro vitórias seguidas da Renault, a McLaren quebrou sua invencibilidade no campeonato. Tudo estava pronto no autódromo para uma festa sem precedentes para Alonso, afinal vinha de três vitórias seguidas. Raikkonen não estragou as comemorações, apenas as conteve um pouco. "Era já para ter sido primeiro em Ímola, sem dificuldades, por isso não me surpreendi com a diferença que impusemos à Renault aqui na Espanha", falou Raikkonen. No GP de San Marino, em Ímola, ele abandonou ainda na nona volta quando abria de Alonso cerca de meio sengundo por volta. O austuriano, sensibilizado, agradeceu aos 110 mil torcedores presentes no circuito, hoje, e procurou diminuir um pouco a euforia da McLaren. "Eles eram mais rápidos, sem dúvida, mas essa diferença se explica por eu não estar com meu carro tão equilibrado", disse Alonso. "Cheguei a olhar pelo retrovisor para ver o que havia com os pneus traseiros", contou o espanhol. A verdade, porém, é que a velocidade da McLaren de Raikkonen o assustou. Já em Mônaco, dia 22, próxima etapa do campeonato, a sexta, Alonso comentou que a Renault será a mesma das quatro primeiras provas, vencidas por ela. "Além de termos novidades no carro, a própria natureza do traçado nos é mais favorável." Adrian Newey, projetista e diretor-técnico da McLaren, sempre teve grande afinidade com os 4.627 metros da pista catalã. Nas 15 edições do GP da Espanha disputadas no Circuito da Catalunha, seus carros, Williams e McLaren, ganharam nove vezes. Outra curiosidade: quando não foram os pilotos de seu time a vitória ficou sempre com Michael Schumacher, que hoje abandonou. "Não sabia, é uma bela estatística", disse, agradecendo. "Nas simulações que realizamos, a pressão aerodinâmica que o carro gera é a maior responsável pela performance nesta pista", explicou. "E pressão aerodinâmica quem gera é o projeto aerodinâmico, a minha área principal na concepção do carro", revelou. Newey é considerado um gênio nos estudos em túnel de vento. "Hoje tirei da garganta uma vitória que estava emperrada desde 2001, quando Mika Hakkinen líderava facilmente, também, ficou sem embreagem a meia volta da bandeirada e deixou a prova." Schumacher ficou com a vitória. Newey falou que conseguiu resolver um problema que acompanhava a McLaren desde o ano passado. "Nossos pilotos reclamavam de má performance nas sessões de classificação." Raikkonen atribuiu o desempenho fantástico de hoje ao fato de poder estabelecer seu ritmo normal por ter largado em primeiro. "Não seria possível se eu saisse lá de trás." Obteve apenas o décimo tempo na Austrália, sexto na Malásia, e nono em Bahrein. "Redesenhamos as suspensões e agora tiramos melhor proveito dos pneus, atingem a temperatura correta para a volta lançada da classificação", explicou Newey. A não ser em Mônaco, Raikkonen se diz ansioso com a sequência do campeonato. "Em Monte Carlo tudo é possível, mas em Nurburgring (GP da Europa, dia 29) vejo a McLaren tão rápida quanto aqui", projeta. Jarno Trulli, da Toyota, completou o pódio, hoje, em terceiro. Rubens Barrichello, da Ferrari, foi 9.º e Felipe Massa, Sauber, 11.º. As nove equipes iniciam segunda-feira, em Paul Ricard, Vallelunga e Fiorano, seu treinamento para a mais charmosa corrida do Mundial, desta vez sem o Príncipe Rainier II, recentemente falecido.

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