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Ralf promete mais vitórias na F-1

Muito frio em seus comentários, o piloto prevê dias melhores para a Williams, porém, descarta a conquista de título para esta temporada.

Por Agencia Estado
Atualização:

Para quem esperou 70 grandes prêmios e é irmão de quem é, Ralf Schumacher foi extremamente frio na comemoração, neste domingo no Circuito Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, da sua primeira vitória na Fórmula 1, a primeira também da Williams desde setembro de 1997. "Michael me disse, quando saí do carro, que já estava mesmo na hora", afirmou Ralf. A derrota da Ferrari, diante da sua torcida, só não foi completa porque Rubens Barrichello classificou-se em terceiro, a 34 segundos de Ralf. Michael Schumacher abandonou a prova. David Coulthard, da McLaren, com o segundo lugar, divide agora a liderança do Mundial com o alemão da Ferrari, ambos com 26 pontos. A Williams assustou os pilotos da Ferrari e da McLaren. A vitória de Ralf foi conquistada com tamanha autoridade, da primeira à 62ª volta do GP de San Marino, que Michael Schumacher e David Coulthard já sabem: terão forte concorrência daqui para a frente na luta pelo título, ainda que Ralf desconverse: "Acho que vamos ganhar mais corridas este ano, mas não creio que lutaremos pelo campeonato", disse. O conjunto Ralf-Williams-BMW-Michelin não contou com a ajuda de ninguém para ganhar sua primeira corrida desde que se associaram, no início da temporada passada. "Quando faltavam 14 voltas para o fim, cheguei a pensar na vitória, mas imediatamente me veio à mente o que se passou em Nurburgring, em 1999, e tratei de esquecer a idéia", comentou Ralf, sempre muito sério. Naquela prova, na Alemanha, já na Williams, ele liderava há 8 voltas, sob chuva, quando cometeu um erro e acabou apenas na quarta colocação. "Aqui, só fui pensar de novo que poderia vencer quando restavam 3 voltas, e como elas demoraram para passar." A falta de alguém que disputasse com ele o primeiro lugar acabou por se transformar num problema, segundo Ralf. "Tinha a impressão de que a corrida não acabaria jamais." O piloto fez questão de ressaltar, em razão das constantes perguntas sobre "as vantagens" de um motor como o BMW, que na realidade a Williams dispõe hoje de um conjunto eficiente, não só o motor. "É o chassi, o motor, os pneus, a equipe, tudo." Ralf disse que Michael e o empresário de ambos, Willi Weber, o estavam esperando para uma "grande festa", mas que não sabia onde seria. Weber administra a carreira dos dois e não vê nenhum problema se ambos lutarem pelo título este ano. Ralf soma 12 pontos na classificação, ocupa a quarta colocação, atrás de Rubinho, terceiro, com 14, mas dispõe de um equipamento que, todos viram, vai andar na frente muitas outras vezes este ano. "Sempre disse que Ralf é tão veloz quanto Michael, só lhe faltava uma oportunidade para provar, o que está acontecendo agora", comentou Weber. "Acho, porém, que apenas em 2002 ele deverá ser campeão do mundo." Se Ralf tinha motivos para festejar, o colombiano Juan Pablo Montoya, seu companheiro de Williams, mais uma vez não terminou o GP, pela quarta vez em quatro etapas. Ele estava em quinto, atrás de Ralf, Coulthard, Rubinho e Hakkinen, quando fez seu segundo pit stop, na 47ª volta. "Tive um problema na embreagem e não conseguia engatar mais marcha alguma", disse. "Sai dos boxes, em primeira, mas diante da impossibilidade de trocar de marchas desisti." Em Ímola Montoya não foi nem sombra do piloto que encantou a torcida em Interlagos. Apesar da segunda colocação e a liderança do Mundial, Coulthard classificou sua corrida como a mais difíceis do ano. E não poupou críticas à Bridgestone, assustado também com o avanço da Michelin, que já na sua quarta prova, desde que retornou nesta temporada à Fórmula 1, consegue vencer. "Meu carro estava desequilibrado em razão da inconstância dos nossos pneus." A impressão que muita gente tem na Fórmula 1 é que Mika Hakkinen, parceiro de Coulthard na McLaren, já não quer saber de nada com nada. Neste domingo o finlandês, bicampeão do mundo, em 1998 e 1999, disputou outra corrida apagada e não passou da quarta colocação. Agora ele soma 4 pontos diante de 26 de Coulthard. "As duas posições que perdi na largada, para Juan Pablo Montoya e Jarno Trulli, decidiram a minha sorte na prova, numa pista onde as ultrapassagens são quase impossíveis", desculpou-se. A dupla da Jordan, Jarno Trulli e Heinz-Harald Frentzen, completou os seis primeiros que marcaram pontos no GP de San Marino. Enrique Bernoldi, da Arrows, terminou em 10º, Luciano Burti, Jaguar, 11º, e Tarso Marques, Minardi, abandonou na 50ª volta de um total de 62. A próxima etapa do campeonato será dia 29, na Espanha, quando vários sistemas eletrônicos, como o controle de tração, estarão de volta. "É grande a curiosidade de muitos na Fórmula 1 para se conhecer como algumas equipes irão reagir quando seus adversários dispuserem dos mesmos recursos", comentou Gerhard Berger, diretor da BMW, numa clara alusão à Ferrari, acusada de ter já o controle de tração no seu carro.

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