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Regras ajudam no sucesso de Mark Webber

Até o piloto australiano ficou surpreso com o tempo de 1min23s111 estabelecido no treino que definiu a ordem de entrada dos pilotos na pista para o grid.

Por Agencia Estado
Atualização:

As novas regras da Fórmula 1 mais uma vez interferiram diretamente no resultado da competição, nesta sexta-feira, em Interlagos, a exemplo do que já aconteceu na Malásia, quando o espanhol Fernando Alonso fez a pole position. Quem apostaria que Mark Webber, o australiano da Jaguar, uma das equipes com maiores problemas neste início de campeonato, iria ser o mais rápido no treino que definiu a ordem da entrada dos pilotos na pista neste sábado, na sessão que define o grid para o GP do Brasil? Pois foi isso o que ocorreu. Penúltimo a deixar os boxes, aproveitou-se da redução da chuva e o menor acúmulo de água no asfalto, o que não foi possível para a grande maioria dos concorrentes, e estabeleceu 1min23s111, à média de 186,6 km/h. A mudança da condição do tempo possibilitou a façanha de Webber. Como agora os pilotos vão à pista um de cada vez e Webber é o penúltimo na classificação do campeonato, saiu também para a pista em penúltimo. Mas a grande atração do dia não foi o novo sistema de classificação e sim o novo regulamento em relação aos pneus de chuva: ele colocou a vida dos pilotos em risco. No treino livre da manhã, vários carros aquaplanaram na pista encharcada de Interlagos - apesar da drenagem razoável-, por causa de só existir neste sábado pneus intermediários e não mais para chuva intensa. Como recompensa por ter sido o mais rápido nesta sexta-feira, Webber será o último a ir para a pista neste sábado na sessão que definirá o grid da prova, das 14 às 15 horas, com transmissão ao vivo pela TV Globo. O acessível australiano comemorou o seu resultado de forma moderada. "Fico feliz por mim e pela equipe, mas sabemos que, neste sábado, posso ficar em 16º ou 17º. Tivemos um dia muito bom.? Ele acabou tirando de Rubens Barrichello, da Ferrari, a condição de mais rápido do dia. O detalhe é que quando o brasileiro fez sua volta cronometrada, 14 horas e 8 minutos, as condições da pista eram bem piores do que no momento em que Webber marcou tempo, 14 horas e 48 minutos, o que faz do tempo de Barrichello, 1min23s249, uma marca excepcional. Haja vista que seu companheiro de equipe, ninguém menos de Michael Schumacher, registrou 1min25s585, quinto tempo, às 14 horas e 15 minutos. O fato de deixar para trás pilotos das poderosas Ferrari, McLaren e Williams não fez desta sexta-feira o dia mais feliz da vida de Webber na F-1. "Meu melhor momento foi no ano passado, na Austrália, quando conquistei dois pontos.? Na corrida de 2002, em Melbourne, o piloto estreou na categoria, correndo pela modesta Minardi, e obteve um quinto lugar. Como disse Barrichello, o resultado desta sexta-feira é interessante do ponto de vista do espetáculo - acontece novamente a variação de pilotos entre os primeiros colocados que a FIA tanto queria -, mas nada conclusivo em relação ao fim de semana. Isso porque, em função de tudo o que aconteceu, com pista molhada e pneus que tornam bastante arriscada a pilotagem, as equipes não puderam usar o dia para planejar suas táticas para a classificação e também para a corrida. "Não aprendemos nada", disse Geoff Willis, diretor-técnico da BAR. Raridade - A nova forma de disputa da F-1 gerou casos pouco comuns em sua história, como a experimentada pelo inglês Ralph Firman, da Jordan. Esta é a sua temporada de estréia na competição. Portanto não conhece a maioria das pistas. Como de manhã os pneus intermediários não permitiam a ninguém mais consciente a sair dos boxes, já que chovia forte, Firman deu três voltas bem devagar. Mas a tarde ele teve de participar da classificação. "Nunca me ocorreu isso. Ter que dar tudo num traçado onde não sabia nem mesmo para que lado as curvas viravam." O inglês ficou em 18, com 1min28s083, a 4 segundos e 972 milésimos de Webber.

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