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Regulamento da F-1: reprovação total

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Por Agencia Estado
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Pilotos, chefes de equipe e dirigentes estão unidos ao menos em uma causa na Fórmula 1: mudar o regulamento, especialmente a forma de classificação, e bem rápido. "Vocês (jornalistas) já criticaram algumas coisas na Fórmula 1 e elas mudaram . Por que você não fazem o mesmo agora?", recomendou ninguém menos de Michael Schumacher, do alto de sua autoridade de seis títulos mundiais. "É extremamente chato dar uma volta, permanecer nos boxes parado uma hora, depois dar outra volta e de novo ficar nos boxes quase outra hora", explicou o piloto da Ferrari. Se fosse só por isso, os pilotos não terem gostado no novo sistema de definição do grid, a Comissão de Fórmula 1 e o Conselho Mundial da FIA, quem decide nesses casos, talvez não o alterasse. Mas mexeu com o que há de mais sagrado na Fórmula 1: as emissoras de TV. No fundo, são elas que pagam boa parte da conta, ao adquirir da Formula One Manegement (FOM), administrada por Bernie Ecclestone, os direitos de TV do evento. A chiadeira foi geral no sábado. Entre a pré-classificação e a classificação em si, logo em seguida, foram quase duas horas de transmissão ao vivo, cujas emoções se resumiram aos minutos finais da segunda, quando os principais pilotos lutaram pela pole position. O risco e a ameaça concreta de várias emissoras desinteressarem-se por transmitir ao vivo o treino já provocou reações favoráveis à mudança, até como uma emergência, em Ecclestone. "É horrível esse sistema. Não funcionou, assim como a obrigação do uso do motor único, poucos pilotos foram para a pista nas sessões livres da manhã", analisou o promotor do Mundial. Ele quer alterações. "Temos de rever tudo. Minha proposta é por uma hora de classificação com todos os pilotos na pista." O diretor da Renault, Flavio Briatore, foi duro: "Que estupidez essa pré-classificação. Não serve para nada. Diante do que temos hoje, a solução seria acabar com a pré-classificação e deixar apenas a classificação, livre." Nenhum piloto se preocupou em ser muito veloz na pré-classificação por não não valer a pena correr elevados riscos em troca de quase nada. Sair para a pista um pouco antes ou depois na classificação não interfere, praticamente, no tempo de volta. "Fui o primeiro a sair para a pré-classificação e em nenhum instante acelerei tudo porque não me serviria para nada", confessou Rubens Barrichello. A Williams tinha volume considerável de gasolina, confirmou uma fonte. Outro problema decorrente da extensão do atual sistema é a pouca disponibilidade dos pilotos para a imprensa depois de definido o grid. "Nossa agenda de reuniões prevê que uma delas comece às 16h30. Precisei ser breve com as TVs para atender meu compromisso com a equipe", explicou Juan Pablo Montoya, da Williams, terceiro na classificação, sábado. Paul Stoddart, da Minardi, atribuiu os problemas no carro de Gianmaria Bruni, da pré-classificação para a classificação, à ausência de um tempo mínimo para trabalhar o PS04, já que ele mal saiu da pré e teve de entrar na classificação. Largou em último. Em resumo, o novo sistema desagradou desde os times com mais recursos e pilotos mais experientes e talentosos quanto os de menor orçamento e pilotos menos hábeis Não fica mesmo. Os comentários, ontem no circuito Albert Park, eram de que no máximo no GP de San Marino, quarto do campeonato, dia 25 de abril, um novo formato será utilizado. Quanto ao motor único, parece não haver como mudar. E o resultado do GP da Austrália, em que apenas Kimi Raikkonen, da McLaren-Mercedes, e Felipe Massa, Sauber-Ferrari, tiverem motores quebrados, reforça a tese de que a medida não será revista.

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