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Rossi será piloto de testes da Ferrari

Por Agencia Estado
Atualização:

Foi o próprio presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, quem confirmou, neste sábado, em Monza: "Temos um projeto, um programa de testes organizado para Valentino Rossi. Nosso objetivo é ver se ele pode se tornar um piloto de Fórmula 1 e, mais que isso, um piloto vencedor, como é nas motos." O italiano, próximo de tornar-se campeão do mundo pela quinta vez na MotoGP, irá treinar com os carros da Ferrari durante toda a temporada de 2006. Se comprovar seus excepcionais dotes de velocidade com as 4 rodas como tem nas 2 rodas, assume uma das vagas da Ferrari em 2007. Michael Schumacher deverá se aposentar e Felipe Massa possui contrato de apenas um ano. Será reconfirmado se aproveitar a chance e mostrar sua capacidade. Montezemolo falou mais sobre Rossi: "Tanto ele quanto nós sabemos onde desejamos chegar. Nem a Ferrari nem Valentino necessitam espalhar essas notícias para ganhar espaço na mídia." Ross Brawn, diretor-técnico da Ferrari, comentou que o piloto, um dos mais espetaculares e carismáticos que já surgiram nas pistas, já se mostra rápido nas curvas lentas. Passará a trabalhar, agora, também em Mugello, circuito com curvas de alta velocidade, a fim de ganhar mais confiança em si e no equipamento. "A maior dificuldade será ganhar experiência de corrida, disputar freadas, coisas desse tipo", falou o engenheiro inglês. Dentre os pilotos de Fórmula 1 as opiniões se dividem. Michael Schumacher defende que Rossi deve, antes de estrear no Mundial, disputar algumas provas de outras categorias. Frank Williams, sócio da Williams, há 40 anos no automobilismo, também acha que "a tarefa de Rossi não será simples. Mas ele é um caso à parte, por conta de seu imenso talento. Pode dar certo." Pilotos mais jovens, como Felipe Massa, acham possível a transferência das 2 para 4 rodas. "Valentino terá de fazer um ano inteiro de testes, uns 15 mil quilômetros. Isso permitirá a ele e a equipe de avaliar suas condições, ver se tem potencial ou não. Agora, talento Valentino tem." Outro representante da nova geração de pilotos, Antonio Pizzonia, acredita que Rossi pode, sim, tornar-se eficiente também na Fórmula 1. "É só testar, testar, testar. Competência sabemos que possui. Sair das 2 rodas para as 4 rodas me parece viável, já ao contrário não daria." É nisso que se apega Pierre Dupasquier, diretor da Michelin, com suas mais de 4 décadas de experiência, para analisar o italiano: "As reações de um monoposto de Fórmula 1 são muito mais violentas que as de uma moto. Na Fórmula 1 os pilotos fream em cima da curva, giram o volante e o carro já está em curva, tudo muito rápido. Nas motos o tempo dessas reações é bem maior." Para Dupasquier, os grandes no Mundial de Motos nunca foram tão capazes com carros também. "Nem mesmo John Surtees, campeão das duas competições." Niki Lauda manteve, em Monza, sua postura sombria: "É uma temeridade. Não faz sentido Rossi correr de Fórmula 1 sem nunca ter disputado uma única prova com automóveis." Outro piloto da velha guarda, Jacques Laffite, contesta os que vêem elevado risco na mudança: "Se existe alguém que entende de risco são os pilotos de MotoGP, bem mais que os de Fórmula 1. Penso, porém, que Mike Hailwood, ppor exemplo, antes de sentar num Fórmula 1 disputou alguns campeonatos de Fórmula 2 (foi campeão em 1972). Rossi deveria fazer o mesmo na GP2."

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