Rubinho, 30, atrás do trio campeão

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Os tempos são outros, a realidade da Fórmula 1 é distinta da de 10, 20 ou 30 anos atrás, e as comparações são, por vezes, ingratas e até impróprias. Mas a análise pura dos números mostra trajetórias bem distintas entre Rubens Barrichello, que hoje completa 30 anos, e seus principais antecessores, representantes do Brasil na Fórmula 1, antes também de comemorarem 30 anos de vida. Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna, por exemplo, já haviam conquistado o Mundial de Pilotos ao menos uma vez. Barrichello estreou na Fórmula 1 bastante jovem, com apenas 20 anos. Os outros três começaram mais tarde, como era comum para a época. Mas Emerson acabou por ser campeão com 25 anos, apenas dois anos depois de estrear na competição. Até hoje é o campeão do mundo mais jovem da história. Com exceção de Emerson, que começou já numa equipe vencedora, a Lotus, Piquet e Senna, como Barrichello, disputaram as primeiras temporadas por escuderias médias. Piquet correu por times particulares até ser contratado pela Brabham, em fase de reestruturação. Já Senna iniciou na Toleman, quinta ou sexta força da Fórmula 1, transferiu-se para a decadente Lotus e só em 1988, quatro anos depois da sua primeira prova no Mundial, ganhou um carro vencedor, o da McLaren. Isso tudo mostra que as trajetórias de Piquet e Senna não diferem tanto da de Barrichello, que também começou numa organização média, a Jordan, e apenas sete anos depois da estréia, conseguiu um equipamento de ponta, a Ferrari. Com Emerson ocorreu o oposto. Ele teve na Lotus, de 1970 a 1973, um carro que lhe deu a chance de lutar pelo título, bem como nos dois campeonatos seguintes, 1974 e 1975, na McLaren. Seu sucesso terminou quando aceitou o desafio de correr por uma equipe própria, a Copersucar, a partir de 1976. Até abandonar a Fórmula 1, em 1980, viveu momentos difíceis. O GP de Mônaco é 154º na carreira de Barrichello. É de longe o brasileiro que mais disputou etapas do Mundial antes de completar 30 anos, 153. Por uma combinação de razões, que vão desde a sua menor eficiência como piloto, se comparado aos três, às maiores dificuldades de se obter resultado hoje na Fórmula 1, em especial quando se passa 7 anos em times médios, ele apresenta os menores números nas estatísticas. A favor do piloto está o fato de receber a enorme carga de suceder Senna, morto em 1994. Parece que só agora, 8 anos mais tarde, Barrichello, bem mais maduro, está conseguindo trabalhar sem que a cobrança inevitável da nação interfira na sua produção.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.