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Rubinho vence a 2ª na carreira

A Ferrari não teve a coragem de repetir a marmelada do GP da Áustria e Rubens Barrichello venceu o GP da Europa: a 2ª vitória da carreira.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Desta vez não choveu, nenhum louco invadiu a pista e Michael Schumacher, seu companheiro na Ferrari, não abandonou a competição, pelo contrário, lutou com ele pela vitória quase até o fim. Apesar de não contar com nenhum desses fatores, como na sua primeira vitória na Fórmula 1, Rubens Barrichello venceu neste domingo o GP da Europa no circuito de Nurburgring, Alemanha, na frente de 150 mil torcedores de Schumacher. Foi sua segunda vitória na Fórmula 1, a segunda diante dos fãs de Schumacher. "Graças a Deus não houve ordens de equipe", afirmou Barrichello, emocionado. No GP da Alemanha de 2000, na sua primeira vitória no Mundial, uma combinação de elementos interferiu diretamente no resultado final, como a inconstância da chuva e até o protesto de um funcionário demitido da Mercedes, que resolveu invadir o circuito de Hockenheim, desafiando os carros que passavam ao seu lado. O Safety Car entrou na competição e permitiu a Barrichello, que largara em 18º e fazia grande corrida, aproximar-se de Mika Hakkinen e David Coulthard, da McLaren. Neste domingo não houve nada disso, fatores que poderiam atenuar a extensão e importância da conquista de Barrichello. O que valeu mesmo foi o seu arrojo, da largada ao segundo pit stop, na 45ª volta, a 15 da bandeirada, passando pela fantástica primeira volta. "Minha corrida foi decidida na largada", explicou Barrichello, depois, como se já tivesse vivido aquela emoção toda há muito. "Eu comecei a brecar ainda nos 130 metros para a curva 1 porque não tinha referências, ao menos com todo mundo ao meu lado", disse. "De repente vi os dois carros da McLaren me ultrapassando e tirei o pé do freio, para deixar meu carro rolar." Sorte - Ele reconheceu que teve sorte nessa hora. "Estávamos muito próximos e eu tinha ainda de cuidar para não comprometer a corrida do Michael, que vinha por fora." Nesse instante, Juan Pablo Montoya e Ralf Schumacher, a dupla da Williams, que havia largado na primeira fila, estava à sua frente. "Ultrapassei o Montoya na curva 2, depois de passar bem perto dele, e em seguida o Ralf (na freada do hairpin)." Ao final da primeira volta, Barrichello, que largou na quarta posição do grid, estava já em primeiro e tinha 1 segundo e 81 centésimos de vantagem para Ralf, segundo colocado. "Meu carro estava poderosíssimo, sem dúvida era o melhor da prova." O piloto agradeceu Schumacher pelo bom acerto da sua Ferrari F2002: "Na sexta-feira e até no sábado, pela manhã, eu tinha problemas de equilíbrio. Havíamos escolhido pneus (Bridgestone macios) que não estavam funcionando." Quando ele e seu engenheiro, Gabriele delle Colle, resolveram adotar o mesmo tipo de pneu de Schumacher (duros), o carro mudou. "Ficou muito melhor. Essa devo ao Michael." Em outras etapas, como em Ímola, o alemão é que copiou a solução de ajuste desenvolvida por Barrichello. Na 23ª volta de um total de 60, um pouco antes de Barrichello e Schumacher fazerem o primeiro de seus dois pit stops (24ª e 25ª voltas), a diferença entre ambos era de sete décimos de segundo a favor do brasileiro, o líder. Havia uma luta aberta entre ambos, a ponto de Schumacher errar na curva 10 e rodar, na tentativa de se aproximar mais. Uma volta depois de Barrichello realizar seu segundo pit stop, na 46ª volta, os dois estavam bem perto novamente. A diferença era de um segundo e nove décimos, ainda com Barrichello em primeiro e Schumacher em segundo. Nessa hora houve uma ordem de equipe, como no polêmico GP da Áustria. Mas ao contrário de Spielberg, agora era para administrar a enorme vantagem que tinham para o terceiro colocado, Kimi Raikkonen, da McLaren, 49 segundos e 7 décimos, e principalmente manter as posições. Ficou no ar a suspeita de que alguma coisa iria acontecer até a bandeirada, de forma a privilegiar Schumacher. Não foi o caso. Seria muita imprudência da Ferrari repetir o mesmo comportamento adotado na Áustria e que a levará a julgamento quarta-feira, em Paris. "Gostaria de agradecer à minha equipe por permitir manter-me na ponta", falou Barrichello. "Recompensa pelo ocorrido na Áustria? Isso é passado", disse. "Lá Schumacher foi favorecido, aqui eu." Mais: "Se houvesse qualquer ordem para mim eu obedeceria, porque vale a pena colaborar com um time como o nosso." Vencer pela segunda vez na Fórmula 1 e de novo na Alemanha, país do companheiro, não tem nenhum sabor especial para Barrichello, segundo comentou. Com os 10 pontos que somou neste domingo, Barrichello subiu para a quarta colocação no Mundial. Está com 26 pontos, o mesmo de David Coulthard, da McLaren, e um a menos de Montoya, terceiro classificado. Como espera-se que quarta-feira o Conselho Mundial da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) irá alterar o resultado final do GP da Áustria, dando a Barrichello a vitória e a Schumacher o segundo lugar, o brasileiro pode ganhar mais quatro pontos e assumir a vice-liderança do campeonato. Ele empataria com Ralf Schumacher, da Williams, com 30 pontos. "Não vejo a hora, agora, de correr em Silverstone, que considero como minha casa, tantas foram as vezes que já treinei lá." A próxima etapa da temporada será o GP da Grã-Bretanha, décimo do Mundial, dia 7. Veja a classificação final do GP da Europa. 1. Rubens Barrichello (BRA) Ferrari 2. Michael Schumacher (ALE) Ferrari 3. Kimi Raikkonen (FIN) McLaren 4. Ralf Schumacher (ALE) Williams 5. Jenson Button (ING) Renault 6. Felipe Massa (BRA) Sauber (a uma volta) 7. Nick Heidfeld (ALE) Sauber (1 volta) 8. Jarno Trulli (ITA) Renault (1 volta) 9. Olivier Panis (FRA) BAR (1 volta) 10. Enrique Bernoldi (BRA) Arrows (1 volta) 11. Pedro de la Rosa (ESP) Jaguar (1 volta) 12. Jacques Villeneuve (CAN) BAR (1 volta) 13. Heinz-Harald Frentzen (ALE) Arrows (1 volta) 14. Allan McNish (ING) Toyota (1 volta) 15. Mark Webber (AUS) Minardi (2 voltas) 16. Takuma Sato (JAP) Jordan (2 voltas) Os demais abandonaram Classificação do Mundial de Pilotos: 1. Michael Schumacher (ALE) 76 pontos 2. Ralf Schumacher (ALE) 30 pts 3. Juan Pablo Montoya (COL) 27 pts 4. David Coulthard (ING) 26 pts 5. Rubens Barrichello (BRA) 26 pts 6. Kimi Raikkonen (FIN) 11 pts 7. Jenson Button (ING) 10 pts 8. Giancarlo Fisichella (ITA) 6 pts 9. Nick Heidfeld (ALE) 5 pts 10. Jarno Trulli (ITA) 4 pts . Felipe Massa (BRA) 4 pts 12. Eddie Irvine (ING) 3 pts 13. Marx Webber (AUS) 2 pts Mika Salo (FIN) 2 pts . Heinz Harald Frentzen (ALE) 2 pts Classificação do Mundial de Construtores: 1. Ferrari 102 pontos 2. Williams-BMW 57 pts 3. McLaren-Mercedes 37 pts 4. Renault 14 pts 5. Sauber 9 pts 6. Jordan-Honda 6 pts 7. Jaguar 3 pts 8. Minardi-Asiatech 2 pts Toyota 2 pts . Arrows 2 pts

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