“É gostoso rever um período do nosso esporte que não volta mais. Os pilotos podiam ser eles mesmos, falar o que pensavam, ser espontâneos”, comentou. “Hoje, acho ridículo os pilotos atravessarem o paddock com uma assessora de imprensa do lado dizendo o que eles devem responder para a imprensa. Infelizmente, não tenho como mudar isso.”O neozelandês Alastair Caldwell, de 70 anos, era o diretor da McLaren em 1976. Ele havia sido campeão do mundo com Emerson Fittipaldi na escuderia, em 1974. Era um homem muito próximo a Hunt. Na etapa final da temporada, em Fuji, Japão, sob forte chuva, havia a ameaça de os pilotos não começarem a corrida. Caldwell lembra bem o que fez naquele dia. “Sabíamos que Lauda tinha problemas com as pálpebras dos olhos por causa das queimaduras e aquele tempo chuvoso comprometeria ainda mais sua participação.” Contou mais: “Eu me aproximei de James e gritei: ‘Entre naquele carro agora! Você tem grande chance de ser campeão do mundo!’”.E foi exatamente o que aconteceu: a terceira colocação e o abandono espontâneo de Lauda na segunda volta fizeram com que um inglês voltasse a ser campeão, o que não acontecia desde 1968, com Graham Hill. O austríaco não se arrepende até hoje de ter entregado o campeonato de 1976 de presente a Hunt ao encostar sua Ferrari nos boxes de Fuji. “Era o combinado entre nós, pilotos. Mas nem todos cumpriram.”Na temporada seguinte, Lauda seria campeão pela segunda vez – a primeira havia sido em 1975, também pela Ferrari. Em 1984, depois de parar e regressar à Fórmula 1, desta vez pela rival McLaren, ele conquistou o Mundial pela terceira vez em sua carreira. Um pouco dessa trajetória notável está documentada em Rush, que entra em cartaz no dia 13 de setembro.