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Schumacher: pneus serão decisivos domingo

O piloto alemão sabe que para vencer domingo, em Mônaco, os pneus da Ferrari (Bridgestone) terão que ser ainda mais eficientes contra os rivais que usam Michelin.

Por Agencia Estado
Atualização:

Para conseguir sua sexta vitória seguida da temporada, domingo nas ruas de Mônaco, Michael Schumacher disse hoje: "Nossos pneus terão de ser ainda mais eficientes do que foram até agora." O que esta em jogo agora na Fórmula 1 não é quem irá vencer a corrida, mas quem terá o mérito de quebrar a série de vitórias de Schumacher. Os pilotos que competem com pneus Michelin estão animados: "Venci aqui ano passado e em 2002 ganhou Coulthard, com Michelin também", disse Juan Pablo Montoya, da Williams. Os treinos livres começam já amanhã. Schumacher explicou que a Bridgestone, marca dos pneus da Ferrari, desenvolveu um pneu que o deixou bastante confiante. Rubens Barrichello o experimentou em Fiorano e Mugello: "São bem macios, como esse circuito exige, e não comprometem tanto o ritmo de prova." O segredo para a Michelin ter estabelecido as duas últimas poles no GP de Mônaco e ter dois pilotos vencedores, também nas edições de 2002 e 2003 do evento, foi produzir um pneus bastante macio. "Eles conseguiram levar um piloto para a pole position e eu, mesmo dispondo de um carro bem mais rápido na corrida, não o ultrapassava por causa das características de Monte Carlo", falou Schumacher. Ao que os pilotos da Ferrari deram a entender, a Bridgestone pode ter adotado estratégia semelhante este ano. Outra possibilidade lembrada hoje por Schumacher para tentar vencer seus adversários, se eles se disporem mesmo de um pneu mais rápido na classificação, é a estratégia de corrida. "Vimos isso nas duas últimas etapas do campeonato", lembrou Schumacher. Na prova de Ímola, o alemão ultrapassou Jenson Button, da BAR, que liderava, no primeiro pit stop, e fez o mesmo com Jarno Trulli, da Renault, em Barcelona. Mas Ross Brawn, diretor-técnico e responsável pelas estratégias da Ferrari, apenas salientou que as 78 voltas de Mônaco são um pouco diferentes. "Os pilotos andam mais próximos, as diferenças de desempenho entre os carros aparecem menos." Não será possível projetar o andamento da competição como até agora, em que a vantagem de velocidade do modelo F2004 fazia essa diferença ser enorme. "Estamos estudando várias combinações de estratégias em nossos modelos matemáticos caso não larguemos na frente", disse Brawn. O que está claro para os pilotos da Williams, Renault e BAR, times da Michelin, é que se não for em Mônaco que eles deixarão Schumacher para trás, então não será em nenhum lugar. A previsão do tempo para o fim de semana indica boa possibilidade de chuva para o domingo, o que, caso Schumacher não largue na primeira fila, torna o seu caminho para a sexta vitória seguida ainda mais difícil. Rubens Barrichello afirmou hoje que adoraria celebrar seu 32.º aniversário, domingo, com essa vitória tão buscada pelo companheiro de Ferrari. Seria para Schumacher o recorde de primeiros lugares seguidos no início do Mundial e ao mesmo tempo lhe permitiria igualar-se a Ayrton Senna em números de vezes que venceu em Mônaco, seis. Rubinho comentou ser "impossível" Schumacher ganhar as 18 corridas do ano. "A pressão sobre ele é enorme, há muita gente tentando superá-lo, inclusive eu." Depois afirmou: "Sinto-me orgulhoso de correr ao seu lado porque sou comparado com o melhor, mas não o temo. Sei que chegará a hora da minha vitória." Max Mosley, presidente da FIA, dará uma entrevista coletiva sexta-feira. Falará sobre o pacote de mudanças proposto por ele e aceito, em parte, pelas equipes. Mas hoje, no circuito, enquanto observava as novas instalações dos boxes, que os tornaram como os dos demais autódromos, numa obra impressionante, afirmou: "Não abro mão de que seja apenas um fornecedor de pneus e todos os carros usem a mesma central eletrônica de gerenciamento." O vencedor da concorrência para distribuir os pneus na Fórmula 1 deverá ter participado da competição nos últimos 20 anos, explicou. Já quanto à central eletrônica, a razão é simples: "Se nós a fornecermos, teremos a garantia de que uma série de recursos que serão proibidos não serão utilizados, como o controle de tração." Mosley deixou claro o porquê da sua escolha: "Com um único fornecedor de pneus, a aderência será menor que hoje, não há dúvida, pelo motivo de esses pneus passarem a ser mais duros. E com pneus duros e os carros sem controle de tração, os pilotos ganharão bem mais importância, que é o nosso desejo." Se tudo ocorrer como Mosley planeja, o campeonato de 2006 seguirá essa receita.

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