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Schumacher prova porque é heptacampeão

Alemão largou em 13.º, esticou ao máximo seus pit stops e com isso fez uma corrida fantástica, terminando em segundo lugar. Se não tivesse largado tão mal, talvez tivesse vencido.

Por Agencia Estado
Atualização:

A estratégia ousada de Ross Brawn, diretor-técnico da Ferrari, de fazer Michael Schumacher permanecer na pista sem pit stop até a 27.ª volta, o último a parar, só poderia ser tentada com um piloto como o alemão, sete vezes campeão do mundo. Seus tempos de volta, tão logo viu seus adversários deixarem a pista livre, por conta de seus pit stops, encantaram quem aprecia a arte de ver carros sendo conduzidos em elevadas velocidades, sob condições extremas. Da 17.ª volta à 25.ª, Schumacher foi, na média, dois segundos mais rápido que todos. Com isso, conseguiu a proeza de avançar da 11.ª colocação, já que largou em 13.º, para o terceiro lugar. E o mais incrível: sem ultrapassar ninguém na pista. Posições, todas, conquistadas por ter sido muito mais rápido que os pilotos da quarta à décima colocação nos instantes que antecederam seu primeiro pit stop. Quando deixou os boxes, era o terceiro. O único adversário que Schumacher disputou a freada e levou a melhor, ao longo da corrida, foi Jenson Button. O piloto da Ferrari estava bem mais veloz, na 46.ª volta, que o inglês da BAR, segundo colocado, e necessitava se aproximar de Fernando Alonso, da Renault, líder a esta altura com uma vantagem de 12 segundos e 910 milésimos. Na freada da Variante Alta, Schumacher aproveitou a hesitação de Button com retardatários (os dois pilotos da Williams) e ganhou o segundo lugar. De novo estabeleceu um ritmo alucinante, não verificado nem mesmo ano passado, quando a Ferrari venceu 15 das 18 etapas do Mundial. Curiosamente a Ferrari vinha se caracterizando, até a prova anterior, em Bahrein, por ser bem mais lenta que os concorrentes. Exemplo, neste domingo: volta 48, Schumacher fez 1min21s858, enquanto Alonso, 1min24s302. Depois de sair dos boxes, em seguida a seu segundo pit stop, na volta 49 (Alonso havia parado na 42.ª volta), Schumacher estava apenas 1,5 segundo atrás de Alonso. A partir daí, até a bandeirada, provavelmente nem mesmo os dois pilotos apostariam quem seria o vencedor. Ambos disputaram a vitória como há muito não se via na Fórmula 1, curva a curva. Schumacher cruzou a linha de chegada 215 milésimos de segundo atrás de Alonso. A Bridgestone, que em Bahrein e na Malásia não havia produzido pneus a altura dos da Michelin, provou neste domingo que já não existe mais a mesma diferença de desempenho entre ambos. No compromisso classificação/corrida, porém, os franceses demonstram estar ainda um pouco à frente. Na segunda sessão classificatória, pela manhã, havia umidade no asfalto, algo bastante semelhante ao que aconteceu na largada do GP Brasil do ano passado. Foi isso que fez Schumacher e Rubinho irem tão mal nesse treino. Seus pneus não atingiram a temperatura ideal para responder com o melhor da sua aderência, próxima dos 100 graus. Alonso, segundo colocado, por exemplo, fez 1min23s552, enquanto Rubinho, 1min24s351, e Schumacher, que errou por causa dos pneus frios, 1min26s984. Não fosse a má posição de largada, Schumacher passearia no Circuito Enzo e Dino Ferrari, em Ímola.

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