PUBLICIDADE

Publicidade

Schummy "lamenta" vitória na Espanha

"Eu lamento, ninguém gosta de vencer assim, já aconteceu comigo e agora foi a vez dele", afirmou o alemão, referindo-se a Mika Hakkinen.

Por Agencia Estado
Atualização:

Desde 1991 a Fórmula 1 não assistia a um resultado tão inesperado quanto o deste domingo, no GP da Espanha. "Eu lamento, ninguém gosta de vencer assim, já aconteceu comigo e agora foi a vez dele", afirmou Michael Schumacher, da Ferrari, o vencedor, referindo-se a Mika Hakkinen, da McLaren. O finlandês liderava com uma vantagem de 42,5 segundos para o alemão, quando, a cinco curvas da bandeirada, a transmissão do carro quebrou, fazendo-o abandonar. "Gritei todos os palavrões que me lembrava e depois me acalmei, automobilismo é isso", disse Hakkinen. Juan Pablo Montoya, da Williams, marcou seus primeiros pontos já no pódio, ao classificar-se em segundo, enquanto Jacques Villeneuve deu o primeiro pódio a sua equipe, a BAR. No GP do Canadá de 1991, Nigel Mansell, da Williams, dava tchauzinho à torcida, que comemorava sua vitória, mas a 700 metros da linha de chegada o carro ficou sem gasolina. Venceu Nelson Piquet, com Benetton. Hoje não foi muito diferente. Hakkinen teve um belo duelo com Schumacher até o segundo pit stop de ambos, do alemão na 43ª e do finlandês na 50ª, sempre acompanhando-o muito de perto. Mas quem desta vez aplicou uma peça em cima do adversário foi a McLaren, que conseguiu fazer com que Hakkinen deixasse os boxes pouco antes da passagem de Schumacher. "Eu encontrei tráfego e depois começou uma vibração tão forte nos meus pneus que achava que iriam explodir em plena reta", explicou o atraso o piloto da Ferrari. A partir daí sua única preocupação passou a ser chegar até o fim da prova, já que faltavam ainda 15 voltas. "Pensei em parar e trocar novamente os pneus, mas resolvi arriscar, embora meu ritmo fosse bem mais lento." Da 50ª à 64ª volta, uma antes da bandeirada, Hakkinen abria quase três segundos por volta. As suspeitas maiores depois do final eram de que o problema de Schumacher era relacionavam-se à suspensão traseira. Rubens Barrichello, seu companheiro, havia desistido na 49ª volta, quando era terceiro, por quebra da suspensão traseira direita. "Ross Brawn me avisou pelo rádio o que havia se passado com Rubens." Pneus novos forçariam ainda mais a suspensão, daí talvez o alemão decidir permanecer na corrida, sem fazer novo pit stop. "Tive um choque quando vi sua McLaren parada", falou Schumacher. "Ele fez tudo certo, merecia ficar com a vitória." O GP da Espanha lembrou algumas etapas do campeonato do ano passado, segundo comentou o alemão, em razão da acirrada disputa entre ambos. Foi a primeira vez que a McLaren conseguiu, este ano, preparar um carro com possibilidades de lutar e vencer a Ferrari. "Até pouco antes de quebrar, minha McLaren parecia um relógio suíço, tal a sua precisão", disse Hakkinen. "Faltando quatro voltas, comecei a ter dificuldade para engatar as marchas." Mario Illen, diretor da Ilmor, empresa que contrói os motores Mercedes, explicou: "A temperatura da embreagem subiu a tal ponto que o sistema explodiu." Algumas peças da McLaren do finlandês espalharam-se pelo asfalto. Hakkinen parecia desapontado, sem dúvida, mas sua esposa, Erja, estava mais, conforme seu choro convulsivo no motorhome da McLaren evidenciou. David Coulthard, da McLaren, marcou apenas dois pontos, pela quinta colocação, apesar da brilhante prova que disputou, por ter largado em último e feito um pit stop a mais, para trocar o aerofólio dianteiro. Agora Schumacher é novamente o líder isolado do Mundial, com 36 pontos, diante de 28 de Couthard. Foi a 47ª vitória do piloto da Ferrari na Fórmula 1, na sua corrida de número 150, o que significa que ele chegou em primeiro em quase um terço dos GPs que participou. Schumacher está agora a quatro vitórias de empatar com Alain Prost como o maior vencedor de GPs de Fórmula 1 da história. O alemão aproveitou para responder ao quase sempre inconveniente Niki Lauda, diretor da Jaguar, que havia dito que até "macacos" poderiam pilotar na Fórmula 1 com a volta de vários recursos eletrônicos. "Se ele acha que os macacos podem ser pilotos, por que então não volta a competir. Nós lhe mostraremos do que somos capazes." O GP da Espanha marcou o retorno do controle de tração, câmbio e sistema de largada automático e diferencial eletro-hidráulico, embora nem todos se utilizassem ainda deles. Depois de Schumacher, Montoya e Villeneuve, classificaram-se Jarno Trulli, da Jordan, em quarto, Coulthard, quinto, e Nick Heidfeld, da Sauber, em sexto. Foi a terceira vez, este ano, que o jovem piloto alemão da Sauber marca pontos, o que o deixa em quinto na classificação, com 8 pontos. O vencedor do GP de San Marino, Ralf Schumacher, da Williams, abandonou na 20.ª volta depois de errar e ficar parado na caixa de brita. " As características da próxima pista do calendário nos permitem pensar em lutar por nova vitória", afirmou o alemão. De fato os 4.326 metros do traçado de Spielberg, pela ausência de curvas longas e velozes, se assemelha aos de Interlagos e Ímola, onde a Williams liderou as corridas. O GP da Áustria será dia 13, mas já a partir desta terça-feira a maioria dos pilotos estará no circuito Ricardo Torno, em Valência, para quatro dias de testes.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.