Schummy não vê a hora de correr em casa

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Por Agencia Estado
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Tudo o que não houve de emoções nas cinco primeiras etapas do Mundial veio de uma vez hoje, em Mônaco, na mais maluca das corridas da temporada. Aconteceu de tudo: para começar, uma largada espantosa de Takuma Sato, da BAR, que pulou de 8.º para 4.º, deixando para trás ninguém menos de os dois pilotos da Ferrari. Depois o mesmo Sato viu o motor Honda explodir e encher o circuito de fumaça, a tal ponto que os pilotos que vinham atrás não viam nada. Resultado: Giancarlo Fisichella, da Sauber, decolou e ficou com a rodas para cima em seguida a colidir com a McLaren de David Coulthard, na curva da Piscina. Por sorte não se feriu. Não acabou não. Só começou. A prova ainda estava na 3.ª volta. O safety car entrou na pista. Ele viria a neutralizar a competição de novo na 41.ª volta, quando Fernando Alonso, da Renault, então em segundo lugar, atrás de Trulli, bateu forte dentro do túnel. Acusou Ralf Schumacher, da Williams, retardatário à sua frente. "Ele é um idiota, um filho da ... A FIA deveria lhe tirar a superlicença, só está na Fórmula 1 porque é irmão de quem é." Disse mais: "Isso aqui é um esporte perigoso e ele é um homem cheio de problemas, capazes de colocar nossas vidas em risco." Alonso foi ultrapassá-lo dentro do túnel, e sem espaço no lado limpo, por dentro, onde estava Ralf, foi por fora. "Ralf tirou o pé na entrada do túnel e fiquei lado a lado com ele. Só que depois acelerou tudo de novo, para eu ficar na parte sem aderência. Minha Renault seguiu reto e colidiu contra a grade a cerca de 280 km/h", explicou com raiva. "Eu poderia lutar pela vitória", afirmou o espanhol. No GP de San Marino, Alonso deu um chega para lá em Ralf, no fim, na curva Rivazza, para ficar com o quarto lugar. O piloto da Renault deu a entender que viu aquilo, Ralf não tirar o pé do acelerador, como uma vingança. Ralf limitou-se a comentar: "Eu tinha problemas, estava apenas com a 1.ª e 4.ª marchas, não dava para fazer nada." A série de episódios raros não termina aí. Quem diria, Michael Schumacher não terminou o GP de Mônaco. "Qualquer outro piloto teria evitado o choque entre nós", começou falando o alemão, referindo-se a seu já antigo desafeto, Juan Pablo Montoya, da Williams, quarto hoje. O safety car estava na pista por causa do acidente de Alonso. Com as operações de pit stop, Schumacher liderava, mas ele e Rubinho deveriam realizar ainda a segunda parada. O piloto da Ferrari encontrava-se atrás do safety car, na frente dos demais. "Recebi a informação dos boxes de que a corrida seria reiniciada naquela volta e procurei aquecer os freios, acelerando e brecando forte. Montoya estava já muito perto de mim há duas curvas e quase nos tocamos", explicou. "É normal nessas condições as rodas travarem, como aconteceu comigo. Aceito a decisão dos comissários, de classificar o ocorrido como acidente de normal de prova." Não daria para vencer hoje. "É verdade que eu estava em primeiro quando se deu tudo, mas não creio que permanecesse na frente de Trulli, a quem cumprimento pela vitória, nós que trabalhamos juntos na associação dos pilotos (GPDA)." Sua vontade, no fim da tarde, era uma só, como disse: "Quero esquecer o que passei aqui, hoje. Ainda bem que a próxima corrida (domingo em Nurburgring, Alemanha) é na minha casa. Não vejo a hora de ir para lá." A versão de Montoya é um pouco distinta: "De novo caímos na questão do que é permitido ou proibido fazer na pista", disse. "Ele freou forte na minha frente, eu mantive o pé no freio, com toda a força, por 2,5 segundos, para se ter um idéia e, sem espaço, joguei meu carro para a direita, a fim de evitar o choque", contou. "Tudo isso com o safety car na pista, dentro do túnel, é mesmo assim que devemos nos comportar, como se estivéssemos sozinhos?" A roda esquerda dianteira de Montoya tocou na traseira direita da Ferrari de Schumacher, o que o projetou na direção da grade, quebrando a suspensão dianteira esquerda da Ferrari. O sonho da sexta vitória seguida terminou ali.

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