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Só Indianápolis liga para F1 nos EUA

A categoria recebe pouca atenção do público norte-americano. A exceção é a população que vive na região do circuito onde é disputada a prova.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Diário de Indianápolis destacou nesta segunda-feira em primeira página: "Crowd Down, But Not Spirits", ou "Público menor, mas não no espírito." O principal jornal da cidade, no editorial de capa, lembrou que em relação ao GP dos Estados Unidos de 2000 a edição de domingo passado do Mundial de F1 apresentou menos espectadores, "mas seu entusiasmo emocionou". Não é comum observar-se lugares vazios no Indianapolis Motor Speedway, o mais antigo autódromo em atividade no mundo - existe desde de 1909. "Todas as vezes que venho aqui encontro as arquibancadas lotadas", diz o morador Rusty Smith. "O que não foi o caso de domingo." Dos 200 mil ingressos colocados à venda foram comercializados 175 mil. "De qualquer maneira, mesmo com essa queda (ano passado a venda foi total), o GP de Fórmula 1 em Indianápolis ainda é o terceiro evento esportivo com maior público no mundo", afirma Fred Nation, assessor de Tony George, que é o proprietário da pista. Segundo ele, os outros dois maiores eventos realizados no Indianapolis Motor Speedway são as "500 Milhas, prova da IRL (categoria concorrente da Formula Indy), e a Brickyard 400, prova da Nascar, ambas disputadas no traçado oval". O jornal The Indianapolis publica um caderno de 12 páginas só sobre a corrida. A capa tem em manchete "Fantastic Finnist", ou "Finlandês fantástico", referindo a Mika Hakkinen, o vencedor da prova. Mas a contracapa traz uma ampla reportagem com o título "Raising money, rising patriotism", ou "Arrecadação de patriotismo em crescimento". O texto destaca o forte caráter nacionalista das manifestações em Indianápolis e ações de voluntários na venda de lanches para arrecadar fundos para instituições de caridade, tudo ilustrado em belas fotografias da devoção à América. A autora Kristina Buchthal lembra que toda aquela gente foi assistir a uma disputa em que não há um único piloto norte-americano. Enquanto o The Indianapolis Star dá amplo espaço ao GP dos Estados Unidos de Fórmula 1, também por ser o primeiro evento internacional no país depois da tragédia do dia 11, o USA Today não dedica mais de 20 linhas, sem fotos, no fim do seu caderno de esportes, de 16 páginas. Nem mesmo a transmissão da prova ao vivo, pela importante rede de TV ABC, o que nunca ocorre, despertou maior interesse dos norte-americanos fora da área de Indianápolis. Nas outras etapas do Mundial de F1, a não ser o The Indianapolis Star, os demais jornais sequer publicam o resultado da competição. A Fórmula 1 ainda é um produto quase completamente desconhecido dos norte-americanos que vivem fora do estado de Indiana. É a fascinante paixão pelos cidadãos de Indianápolis por automobilismo que os está fazendo compreender o que é o evento, tão diferente de tudo que eles compreendem por automobilismo.

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