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Terrorismo é tema da F-1 em Sepang

Comovidos e assustados, os pilotos que treinam no circuito malaio para o GP do próximo domingo demonstraram preocupação com os atentados mundo afora.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Ao mesmo tempo em que se preocupavam, nesta quinta-feira, com o enorme desafio de acertar o carro para o calor de mais de 50 graus do asfalto, já para o primeiro treino livre do GP da Malásia, realizado esta madrugada, horário de Brasília, os pilotos não se esquivaram de abordar a questão que talvez mais atormenta a todos hoje: o terrorismo. "Seria maravilhoso se eu pudesse dar a Espanha, em um momento tão difícil como este, uma bela vitória aqui na Malásia", disse nesta quinta-feira Fernando Alonso, da Renault. Embora em geral evitem o tema, os pilotos nesta quinta-feira falaram a respeito dos ataques terroristas, talvez sensibilizados com o ocorrido em Madri, há uma semana. Alonso, claro, foi o mais procurado. "Estava me preparando fisicamente nas ilhas Maldivas, local tão quente quanto aqui, e soube através da imprensa", comentou o asturiano de Oviedo. "Entrei em contato com minha família, que me contou os detalhes do que se passou, e confesso que fiquei impressionado." O espanhol transformou-se num ídolo nacional com o seu sucesso na Fórmula 1. Sua vitória, ano passado, na Hungria, a primeira de um representante do país no Mundial, o levou a desfilar em carro aberto pelas ruas de sua cidade. Uma nova conquista, agora em Sepang, como o próprio piloto destacou, daria um pouco de ânimo para a população do país que já se identificou com ele. "Será difícil vencer aqui, mas não impossível. O que mais irá contar nesta prova é a resistência do carro e nisso estamos bem", comentou Alonso. Na próxima madrugada, a partir das 3 horas, o piloto da Renault disputa a sessão que definirá o grid da segunda etapa do Mundial. Ano passado Alonso conquistou a pole position do GP da Malásia. Michael Schumacher respondeu de forma surpreendente quando lhe questionaram sobre a segurança do GP de Bahrein, dia 4, o primeiro na explosiva região do Oriente Médio. "Em primeiro lugar é preciso ter em mente que 100% de segurança não existe em lugar algum. Quanto a essa corrida, penso que será a mais segura das 18 do campeonato." Depois o piloto da Ferrari explicou seu ponto de vista: "O país investiu muito para ter a Fórmula 1 e é do seu interesse que tudo ocorra bem. Estou convencido de que será assim." Para seu companheiro de equipe, Rubens Barrichello, a violência é o que mais o incomoda hoje. "Ela assusta." Os pilotos irão para as duas sessões de classificação, na próxima madrugada, tendo realizado talvez a menor quilometragem nas sessões livres nos últimos anos da competição. Rubinho não escondeu o jogo: "Nós rodamos bastante na Austrália e não tivemos problemas, mas aqui na Malásia utilizar o carro o tempo todo dos treinos, sob este calor arrasador, seria expô-lo a uma chance grande de quebra." Caso o piloto seja obrigado a usar o modelo reserva, a equipe tem de reaproveitar o motor do que está sendo utilizado no titular, para não perder dez posições no grid, como impõe o regulamento deste ano, de apenas um motor para o fim de semana. O formato das duas sessões de classificação será o mesmo experimentado em Melbourne e que se mostrou um fracasso. Trombada - Para o GP de Bahrein deverão ocorrer mudanças. Enquanto os técnicos da Williams e da BMW buscam de todas as maneiras tornar o FW26 mais rápido, a fim de enfrentar a Ferrari, os pilotos do time inglês davam nesta quinta-feira mais um show de falta de profissionalismo. "Da próxima vez que Montoya tentar me ultrapassar como fez na Austrália eu o colocarei para fora da pista." A declaração, contundente, é de Ralf Schumacher, seu companheiro de equipe. "Eu tive de tirar o pé para não batermos em Melbourne e ele ainda me acusa na imprensa. Agora vamos bater, assim ele terá do que de fato reclamar", explicou sua decisão Ralf. A rixa entre é anterior aos dois começarem a defender a Williams. Não é à toa que Frank Williams confirmou que Scott Dixon, o neozelandês campeão da IRL, fará testes com a equipe em Paul Ricard, dia 26. Ele precisa atacar uma área que a Williams está carente, a de grandes pilotos. A hora é de tentar descobri-los. E se o assunto é pilotos capazes, Michael Schumacher reconheceu, nesta quinta-feira, que Rubinho pode estar com a razão quando afirma que esta é a temporada que mais lhe permitirá ser campeão do mundo. "Sua performance provou para mim que pode dar outro passo adiante na carreira, mas espero que ele não o dê", afirmou nesta quinta-feira, em Sepang, alegando que ele próprio está atrás de mais um título, o sétimo.

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