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Toyota quer fazer a diferença na Indy

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Por Agencia Estado
Atualização:

Após vencer a primeira etapa da Fórmula Indy, em Monterrey, o piloto brasileiro Cristiano da Matta entra amanhã na pista para disputar o qualifying da segunda corrida, o GP de Long Beach, às 13h45 (17h45 no horário brasileiro). A empurrar o chassis Lola de seu Newman Haas, estará o mesmo motor Toyota que o colocou, pelo menos por enquanto, na liderança do campeonato. É o motor de uma grande fábrica japonesa que está invadindo o automobilismo internacional, com o objetivo principal de aumentar a venda de seus carros entre os jovens. A idéia é mostrar performance, arrojo, velocidade, para deixar de ser ´apenas´ líder no segmento de carros de luxo e entre os consumidores de mais de 35 anos. Aproveitando o espaço deixado pela Mercedes quando abandonou a Indy, no ano passado, a Toyota fornece, neste ano, motores para cinco equipes, sendo duas de ponta: Newman Haas e Chip Ganassi. As outras são Pac West, Patrick e Walker, totalizando nove carros: dois de cada e um da Walker. "Queremos aumentar nossa presença em várias categorias, é uma boa forma de mostrar nossos produtos", afirma Les Unger, gerente de competições da Toyota nos Estados Unidos, onde a empresa participa de competições desde 1983, quando começou a trabalhar com turismo. A experiência em monopostos começou em 96, na Indy. E os próximos passos serão a estréia na Fórmula 1, no ano que vem, e na IRL (Indy Racing League), em 2003. Nos Estados Unidos, a fábrica também participa da Nascar e da Fórmula Atlantic. Unger diz que "com certeza" os motores da Toyota são tão competitivos quanto os de Ford e Honda, seus adversários na Indy. Mas seu grande orgulho é criá-los e construí-los nos Estados Unidos, e não no Japão, deixando a matriz livre para pensar no projeto da F-1 - que está sendo desenvolvido em Colônia, na Alemanha. Segundo ele, a vitória do colombiano Juan Pablo Montoya em Milwuakee, no ano passado, foi a primeira em 20 anos de Indy com um motor feito nos EUA. Montoya, hoje na F-1, corria pela Chip Ganassi, com Toyota. O dirigente não diz quanto a Toyota investe na Indy. Segundo ele, o valor é o dobro do que investia em 96. Mas garante que é mais do que recebe das equipes pelos seus serviços: cerca de US$ 2 milhões por carro, valor estipulado pela Cart, que organiza a categoria. Na IRL, explica, o investimento será menor porque os motores "não serão tão sofisticados e terão menor rotação". São permitidos 10,5 mil giros, contra 16 mil da Indy. E os motores são aspirados, e não turbo, como na Indy. Quanto ao desempenho, ele acha que poderá disputar "de igual para igual" com GM, que fornece o motor Oldsmobile para a maioria dos carros. O outro concorrente é o Infinity, da Nissan. Com esse projeto, a Toyota estará automaticamente se preparando para a mudança que a Indy sofrerá no regulamento de seus motores a partir de 2003. O anúncio, previsto para 1º de março, ainda não foi feito. Mas John Procida, relações-públicas da empresa, adianta que os motores passarão a ser similares aos da IRL, talvez inclusive aspirados: "Com o mesmo motor, teremos um custo menor. E as equipes também." É mais um passo de reaproximação das duas categorias, que competem pelo mercado americano desde 96, quando uma dissidência na Cart provocou a criação da IRL. Procida vê vantagens comerciais nessa semelhança: "Uma equipe poderá disputar as 500 Milhas de Indianapolis (prova mais tradicional do país e que faz parte do campeonato da IRL) para conseguir mais patrocinadores. E se o patrocinador quiser que ela corra em Long Beach, por exemplo, não haverá problema, já que o motor é o mesmo." Com a entrada na IRL, a Toyota poderá, em 2003, enfim participar das 500 Milhas. Esse era um dos principais objetivos da empresa quando entrou na Indy, em 96 - exatamente o ano em que a prova saiu do calendário.

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