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Argentinos lamentam adeus no Mundial

Não bastasse a eliminação na Copa do Mundo, na Ásia, e no Mundial de Basquete, em Indianápolis, os argentinos deram adeus ao título no vôlei dentro de casa.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Pela terceira vez em um mesmo ano, os argentinos lamentam a perda de uma grande conquista no esporte. Primeiro com o futebol, que sequer passou para a segunda fase da Copa do Mundo, disputada na Coréia do Sul e no Japão. Depois foi a vez do basquete masculino. Após entrar para a história com uma vitória contra o Dream Team norte-americano - não perdiam desde a Olimpíada de Barcelona, em 1992 - a seleção argentina caiu diante da Iugoslávia na decisão do Campeonato Mundial, nos Estados Unidos. Na noite de quarta-feira, os jogadores da seleção de vôlei foram derrotados pela França por 3 sets a 1, parciais de (14/25, 29/27, 25/23 e 25/18) pelas quartas-de-final do Mundial, e viram o sonho de serem campeões do mundo desmanchado em 2 horas de partida, no Luna Park lotado (10.250 pessoas). Agora a Argentina disputará de 5º a 8º lugar. No sábado, às 21 horas, enfrenta a Grécia, que perdeu para a Rússia por 3 a 0. A eliminação da Argentina foi destaque dos principais jornais do país. O Clarín estampou foto de Marcos Milinkovic, com cara de choro, na capa do periódico (El Juego de las lágrimas) - o jogador continua em destaque nas estatísticas (pontuador, saque). O mesmo fez o La Nacion: La Argentina perdió, pero fue ovacionada. O principal jornal de Córdoba, La Voz do Interior, também tem destaque na capa, com foto e a manchete: El Sueño del voley terminó en manos de Francia. O diário esportivo Olé mostra os atletas deitados na quadra, desolados, junto com o mascote do torneio, o Minto. "Foi uma ilusão, uma pena", lamentou Weber. A Argentina estava invicta na competição e vinha de vitórias contundentes contra a Bulgária e Itália (ambas por 3 a 1). Teve a grande chance de passar às semifinais e buscar colocação histórica - 11º (1998), 13º (1994), 6º (1990). O melhor resultado foi obtido em 1982, um bronze, no próprio país. "Fiquei muito triste, mas tenho a consciência de que fizemos o que podíamos. Vamos buscar a melhor colocação possível", emendou o levantador, que encerra a carreira nas quadra. Ele deve deixar a seleção e atuar somente em clube. Defenderá o Suzano. "Meus filhos nem foram para a escola na quinta-feira. Depois do jogo choraram até 2 da manhã", contou a mulher de Weber, Vicky, que está de malas prontas para viver no Brasil. Weber será técnico da Unisul, de Florianópolis - tem contrato garantido até 2003 - onde jogou a última temporada (atua há sete anos no Brasil). "Lá tem trabalho e gente séria. O Brasil é sua segunda casa", comentou Vicky por telefone. Weber acredita que quem pode "está fugindo" da crise que não contamina a Argentina. "O problema da Argentina são os políticos, que roubam na nossa cara", disse logo que renovou o contrato com o clube brasileiro. Pretende tirar de Buenos Aires o pai, Carlos, de 57 anos, funcionário público, e a mãe, Mercedes, dona de casa, de 55. Os filhos Martin, de 8 anos, e Vanessa, de 12, vão estudar no Brasil. "Buenos Aires está muito perigoso. Não dá mais para andar nas ruas à noite. Sei que em São Paulo e no Rio também há violência, mas nunca tinha visto tanta gente sem emprego, dormindo nas ruas por aqui."

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