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Atletas criticam sistema de ranqueamento da Superliga

Para vários astros, atual sistema está obrigando alguns atletas do país a se transferir para o exterior

Por Valeria Zukeran
Atualização:

SÃO PAULO - Em clima de volta às aulas, vários dos principais jogadores de vôlei do País estiveram em São Paulo para o lançamento da Superliga 2012/2013. Na prática duas grandes novidades: a primeira será a possibilidade de contratação de um jogador estrangeiro a mais por equipe - poderão ser dois ao todo - e a volta do técnico tricampeão olímpico José Roberto Guimarães à competição depois de sete temporadas de ausência. Porém, nem tudo foi alegria no reencontro das equipes, pois vários jogadores mostraram preocupação com o sistema de ranqueamento, que estaria obrigando vários colegas a deixar o País. Ao mesmo tempo, várias integrantes da seleção feminina campeã olímpica tiveram de comentar recente entrevista de Mari à revista IstoÉ relatando problemas internos de relacionamento antes dos Jogos de Londres.O levantador Ricardinho, do Vôlei Futuro, não esconde que será difícil para sua seu time disputar o título como na temporada passada. "Perdemos alguns bons jogadores, como o Lorena, o Camejo e o Dentinho, principalmente o Lorena (afeta) para a minha posição." Segundo o jogador, seus ex-companheiros foram para equipes que já eram fortes, deixando-as mais fortes ainda. Segundo ele, a nova regra, que permite a contratação de mais um jogador estrangeiro, pode ser muito útil para equipes como o Vôlei Futuro se reforçar, uma vez que a contratação desses atletas não contam para a pontuação do ranqueamento no primeiro ano.Mas outros atletas tem um ponto de vista diferente sobre o assunto. É o caso, por exemplo, do ponta Murilo, do Sesi. "Acho bom quando os atletas que vem para cá tem algo a acrescentar. O que eu não acho tão justo é quando um estrangeiro não tão bom consiga ocupar o lugar de um brasileiro que tenha o mesmo nível dele, que acaba precisando se transferir para fora", opina.Para Thaísa, meio-de-rede do Sollys/Nestlé, os critérios de pontuação para ranqueamento precisam ser revistos. "Se estrangeiras estão vindo para cá e as atletas daqui estão indo para o exterior por causa de pontuação, alguma coisa está errada", alerta.Para o superintendente da Superliga, Renato Ávila, a saída de alguns atletas para o exterior não se dá por causa do ranking. "O que acontece é uma questão econômica. Os atletas que deixam o Brasil saem para obter melhores remunerações." O dirigente também afirma que o sistema passou por aprovação de todas as equipes da Superliga Masculina e Feminina. "E o número de estrangeiros não deve aumentar", anuncia. Segundo ele, há uma preocupação em manter o mercado de trabalho aberto para que jovens talentos possam se desenvolver no vôlei nacional, reforçando posteriormente a seleção. "Não vamos cometer o erro da Itália, por exemplo, que inchou seu campeonato com estrangeiros e com isso acabou comprometendo o desenvolvimento dos atletas do país."Entre as "novidades" na próxima edição está a presença do técnico José Roberto Guimarães, que não disputa o evento desde 2005. Ele se vê na competição como um velho conhecido que está de volta e conta que seu desafio de comandar o time da Amil, de Campinas, será forte, pois é uma equipe montada praticamente do zero. Mesmo com pouco tempo de existência, o time foi vice-campeão paulista. "Quero ser competitivo e ao mesmo tempo trabalhar para revelar alguns jovens talentos", mas o técnico diz que não dá para projetar grandes resultados na primeria Superliga.Outro assunto bastante comentado entre as atletas foi a recente entrevista da ponta/oposta Mari, que revelou vários problemas de relacionamento na seleção feminina antes da Olimpíada de Londres. Jogadoras como a oposta Sheilla, do Sollys/Nestlé, e a meio de rede Fabiana, do Sesi, não negaram momentos difíceis no processo que resultou no ouro olímpico, mas garante que foram resolvidos ao longo da campanha e preferem deixar a questão no passado e não acirrar polêmicas.

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