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Banespa e Minas começam a decisão

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Por Agencia Estado
Atualização:

A disputa pelo título da Superliga Masculina de Vôlei traz duas equipes tradicionais, que investem no esporte há muito tempo, mantêm todas as categorias de base, revelam estrelas e ídolos nacionais... O Banespa, comandado pelo técnico Mauro Grasso, e o Telemig/Minas, do treinador Carlos Alberto Castanheira, o Cebola, enfrentam-se em série melhor-de-três partidas. Neste sábado, às 16 horas, o primeiro confronto será realizado no ginásio Poliesportivo de São Bernardo do Campo - com transmissão ao vivo da Bandeirantes e da Sportv. A entrada é franca. O segundo e terceiro jogos serão em Belo Horizonte. O Minas, que tem em seu elenco atletas pratas da casa como o central Henrique, busca o tricampeonato - no total, conquistou sete títulos brasileiros, em 1964, 1965, 1984, 1985, 1986, 1999/2000 e 2000/2001. O Banespa, do ponteiro Murilo, volta à decisão após cinco anos e luta pelo quinto troféu, também com meninos que cresceram no clube - foi campeão em 1987, 1989, 1990/1991 e 1991/1992. O meio-de-rede Henrique, de 24 anos, titular ao lado de Maurício, André Nascimento, Dante, Ezinho e Douglas (Serginho é o líbero), jamais saiu do Minas Tênis Clube. Praticou vários esportes como natação, judô e ginástica olímpica. Começou a jogar vôlei aos 8 anos, influenciado pelos tios, ex-jogadores de seleção brasileira. "Sempre foi habilidoso, mas era um atleta médio", lembra o preparador físico Sérgio Falci, que acompanha Henrique desde 1996. Ele conta que o menino, no limite da categoria juvenil, solicitou ajuda. Queria ser um jogador de vôlei mas não tinha corpo, músculos e força. "Com 18 anos decidiu que queria seguir carreira e pediu para a gente trabalhá-lo", afirma Sérgio, que havia auxiliado da mesma forma a canhotinha Leila, em 1992/1993, quando ainda integrava a comissão técnica feminina do Minas. Henrique diz que foi um comentário maldoso de um técnico que lhe deu forças. "Lembro muito bem. Eu estava na musculação sozinho, porque os outros meninos já tinham voltado para casa. Ele me disse que não adiantava me esforçar porque eu nunca seria um atleta." Ele cresceu (de 1,99 metro para 2,01 metros), ganhou peso (hoje tem 94 kg, 14 a mais do que na época), perdeu gordura (tem cerca de 10% do peso e não mais 13%) e adquiriu mais músculos, com alimentação adequada e treinamento exaustivo - passou de 115 para 131 centímetros de circunferência de ombro, pulou de 31 para 39 centímetros de bíceps, de peito, cresceu de 99,5 para 111 centímetros e de coxa, de 53 para 61 centímetros. No segundo ano de adulto, Henrique começou a disputar vaga de titular na posição. E na temporada 1999/2000 estava entre os seis principais atletas. Chegou à seleção adulta na época de Radamés Lattari, mas foi com Bernardinho que de fato vestiu a camisa amarela e conquistou cinco títulos - incluindo a Liga Mundial - e um vice-campeonato. "Foi rápido, mas trabalhoso." Henrique tem o melhor bloqueio da Superliga (31,08% de eficiência), seguido por Nei, do Banespa (25,67%), e o quarto melhor saque (9,18%). Do time titular do Minas, Dante (melhor ataque, com 40%) e Serginho (dono da segunda melhor recepção, com 60,13%) também são destaques. Peneira - Murilo Endress, que completou 21 anos nesta sexta-feira, segue os passos do irmão Gustavo e dos ídolos Maurício, Marcelo Negrão, Giovane, Tande... todos formados no Banespa. Começou a jogar vôlei em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, mas foi por causa da peneira do Banespa, a mais procurada no Brasil, que hoje é destaque nacional. Em 1999, ele foi aprovado no famoso vestibular do vôlei, mas tinha o desafio de se desvincular do rótulo de ser "irmão do Gustavo, da seleção brasileira". "Fisicamente já era forte. Ganhou músculos, mas principalmente técnica de jogo", explica Fábio Correia, preparador físico do Banespa. Os números dessa evolução física, ele não tem mais - um ladrão roubou seu carro e dentro dele, estavam todas as anotações. O que tinha em um computador também foi perdido por causa de um vírus. Ao lado do irmão e já como titular, Murilo ganhou o título paulista de 2000, quebrando um tabu do Banespa de oito anos sem conquistas estaduais. Hoje é o titular mais jovem da equipe e disputa a primeira final de Superliga da carreira. No ano passado, despediu-se da seleção brasileira juvenil com o título mundial e destaque individual na competição. Murilo começará jogando ao lado de Leandro, Léo, Giovane, Rodrigo e Nei (Escadinha é o líbero). Giovane tem o terceiro melhor ataque (38,98%) e Sérgio (29,03%) é o melhor defensor da competição.

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