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Bruninho leva aprendizados de gestão emocional no vôlei para o mercado empresarial

Ao lado de Giuliano Milan, com quem trabalha há dez anos, levantador da seleção brasileira projeta seguir passos do pai, Bernardinho, para compartilhar conhecimento com o público, mas aposta em formato diferente

Foto do author Pedro Ramos
Por Pedro Ramos
Atualização:

Há dez anos, o levantador Bruninho passou a trabalhar com Giuliano Milan, seu mentor de alto rendimento, e, para o ídolo da seleção brasileira de vôlei, os aprendizados no campo emocional simbolizaram crescimento pessoal e profissional. Desde a pandemia, os dois viram o tema da saúde mental receber mais holofotes do que nunca e resolveram debater o assunto nas redes sociais. A ideia era quebrar o estigma de falar sobre o tema e compartilhar conhecimento. Agora, o bate-papo entre os dois abre as portas ao mercado empresarial.

Com as companhias sedentas por soluções para as áreas de maturidade emocional e gestão de estresse em meio a um mundo de muitas cobranças, a dupla já foi procurada por duas empresas do setor financeiro para compartilhar ensinamentos e técnicas. Enquanto o ex-técnico da seleção brasileira de vôlei Bernardinho fez carreira prestigiada como palestrante, o filho foca em outro formato para alcançar o público e transmitir o que aprendeu sobre inteligência emocional.

Bruninho, da seleção brasileira de vôlei, leva aprendizados de gestão emocional com mentor Giuliano Milan para o mercado empresarial. Foto: Werther Santana/Estadão

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"O início de trabalho com o Giuliano em 2012 foi a busca por uma melhora na parte mental, de um equilíbrio emocional melhor. Durante a pandemia, a gente conversou bastante e se perguntou: 'como podemos inspirar outras pessoas?' Começamos a ver a quantidade de pessoas com burnout ou inúmeros problemas que talvez se as pessoas realmente cuidassem disso, como eu busquei lá atrás, a gente poderia inspirar e levar conhecimento" explica Bruninho ao Estadão. "Começamos através de vídeos no Youtube. Quando a gente abriu para o público em geral, as empresas enxergaram essa demanda. Então pensamos que seria legal pegar o exemplo do esporte nesse formato bate-papo, diferente da palestra como meu pai faz. É uma troca entre nós dois, da parte teórica com a prática".

Giuliano Milan já trabalhou com outros atletas conhecidos como Lucarelli, também do vôlei, além de nomes como Raulzinho, do basquete, e Thiago Pereira, da natação, dentre outros. O objetivo nesse novo projeto com Bruninho foi usar a aplicação dessas técnicas implementadas no esporte de alto nível e adaptar para a realidade do mundo empresarial, do dia a dia das empresas.

"O equilíbrio não cai do céu. Isso também exige treino e dedicação, como a parte técnica. O Bruno construiu passo a passo. Esse mesmo caminho pode ser seguido por qualquer ser humano em outras áreas. A saúde mental e emocional você precisa trabalhar para tê-la. Nosso objetivo de disponibilizar esse bate-papo é a educação. Outros atletas aplicaram isso há bastante tempo comigo e tiveram melhora de performance, de qualidade de vida e com gestão de estresse. Meditação e técnicas de respiração e relaxamento são ferramentas que podem ajudar", conta Milan, dono do canal Positive Sua Mente. "Estamos quebrando esses paradigmas sobre saúde mental. Esses problemas não são frescuras, é algo sério. Não é fraqueza. Todos precisam trabalhar isso".

Aos 35 anos, Bruninho disse que passa a jovens atletas a importância de trabalhar o aspecto mental. Foto: Werther Santana/Estadão

A cultura do esporte pode ser cruel em que o segundo lugar é visto como o primeiro dos últimos. As figuras do herói e do vilão são separadas por uma linha tênue. Lidar com a pressão em jogos e competições não é tarefa fácil. Nos últimos anos, atletas relevantes dos mais variados esportes revelaram ter enfrentado problemas de saúde mental, como a ginasta Simone Biles e a tenista Naomi Osaka, ícones em suas modalidades olímpicas. Buscar fortalecer a mente é algo essencial, diz o levantador.

"Tive amigos, atletas como o Gabriel Medina, do surfe, que sofreram com isso. Conseguir passar esses ensinamentos para mais gente é algo importante. Eu tento falar com os jogadores cada vez mais jovens sobre o tema tanto na seleção quanto nos clubes em que estou. Mas não faz parte da nossa cultura ainda. Eu entendi a importância disso depois da final olímpica de Londres em 2012 (derrota para a Rússia). É fundamental inspirar as pessoas a cuidarem mais da mente também e dar ferramentas a elas porque muitas não sabem como fazer". Os valores das palestras não foram revelados.

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