Calotes "desinflacionam" o vôlei

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Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado brasileiro de negociação de jogadores de vôlei vai voltar à realidade após uma temporada atípica, em que a promessa de pequenas fortunas, iniciada por Vasco e Flamengo e acompanhada por muitas outras equipes, provocaram inflação e descrédito por causa dos calotes dados pelos clubes cariocas. "Os trambiques do Vasco e do Flamengo estão me ajudando a manter a equipe", declara José Marcos de Lima Belfort, supervisor do Telemig/Minas, que já renovou os contratos com a maior parte de seus atletas. "Me engana que eu gosto não dá mais. Os jogadores estão analisando melhor as ofertas. Aqui, a gente paga em dia." Belfort assegurou na equipe os principais destaques da temporada, com exceção de Giba, que pode ir para a Itália. Renovaram com o Minas, que disputa o título com a Ulbra, os titulares Maurício, Douglas, Henrique, Ezinho e André, entre outros jogadores. Os novatos André, melhor atacante da Superliga, e Ezinho, dono da melhor recepção, foram convocados pela primeira vez para a seleção. Henrique, líder no ranking de bloqueio, já foi chamado por Radamés Lattari. Mas hoje, com Bernardinho, tem mais chances de permanecer na equipe brasileira. Entre as mulheres, a situação é mais grave. Empresários, supervisores e até atletas não contam com a manutenção dos dois "caloteiros" do Rio. "O mercado se comporta como se somente um deles fosse continuar", declara o empresário Jorge Assef. Os times aguardam a definição para lançar propostas. "Com menos times, os valores tendem a cair", observa o gerente-geral do BCN/Osasco, o ex-técnico Sérgio Negrão. O Vasco, com sérios problemas financeiros, ainda não se manifestou oficialmente sobre a continuidade da equipe. Algumas atletas já estudam a possibilidade de entrar na Justiça para receber os atrasados. Já o presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva, garantiu a manutenção da equipe campeã. Está à procura de um novo parceiro, já que a Petrobrás deve deixar de apoiar o vôlei e basquete, permanecendo apenas no futebol. No MRV Minas as novidades vão começar pelo banco. O técnico William Carvalho foi dispensado depois de conquistar o terceiro lugar na Superliga. "Vamos valorizar mais a prata da casa", explicou o gerente de Marketing da MRV Engenharia, Rômulo Moreira.

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