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Crise deve tirar vôlei do pódio

"Racha" pode levar a seleção feminina a desperdiçar uma das melhores oportunidades que já teve para conquistar o título mundial.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Em razão do "racha" no grupo de Marco Aurélio Motta, a seleção brasileira feminina de vôlei pode desperdiçar uma das melhores oportunidades que já teve para conquistar um título inédito: o do Mundial da Alemanha, a partir de 30 de agosto. Na opinião de treinadores, o Brasil, prata em 1994, seria um dos favoritos ao pódio, pois, atualmente, os rivais mais fortes resumem-se a Rússia e China. As atacantes Érika, Raquel e Walewska e a levantadora Fofão ? mais da metade do time titular ? pediram dispensa por causa do desgaste no relacionamento com a comissão técnica. Virna alegou problemas particulares para não defender a seleção na temporada. "É lamentável. Esse Mundial não será tão forte. Cuba não é a mesma", declarou Antônio Rizzola, técnico da seleção juvenil e do MRV/Minas, atual campeão da Superliga. "Essa seria a melhor oportunidade para essa geração, que se impõe com muito trabalho e não tem tanto talento como a anterior, de Fernanda Venturini, Ana Moser, Ana Paula, Márcia Fu...", opina José Roberto Guimarães, técnico do BCN/Osasco. Fernanda Venturini, levantadora do BCN, acha "absurdo" o Brasil ir ao Mundial sem as melhores atletas. "Não vou falar da crise na seleção. Mas acho que não pode acabar em pizza. Quero o melhor para minhas amigas." O futuro da seleção é incerto. Marco Aurélio ? garantido no cargo pelo presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, Ary Graça ? aguarda o pedido oficial de dispensa das "rebeladas", que comunicaram sua decisão na Suíça, após o quinto lugar na Montreux Master, antiga BCV Cup, para convocar as substitutas. Graça, que quer convencer Virna a voltar, pode tentar um acordo com as demais. A reapresentação será nesta quinta-feira, no Rio. Érika afirmou que não defenderá a seleção enquanto Marco Aurélio for o técnico. Não quis, porém, explicar o motivo. "A verdade virá à tona." Oficialmente, diz que "não estava dando certo" e, por isso achou melhor dar espaço para outra atleta. A central Karin, uma das mais experientes do grupo, comentou ter ficado surpresa com o boicote. "Não apoio o Marco Aurélio nem as meninas. Sou profissional e respeito o técnico." Diz que quer disputar o Mundial e a Olimpíada de 2004 e, pela qualidade do que mostra em quadra, a seleção está no lugar adequado no cenário mundial: fora do pódio. Ari Rabello, treinador do Pinheiros, acredita que a solução é a renovação forçada. "Jogador tem de se preocupar em jogar e não em escolher técnico. Essas atletas não são bambambãns para exigirem mudanças do jeito que estão fazendo."

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