Principal jogadora do Barueri, Érika já está totalmente adaptada com o novo status na carreira. Ela aceitou o desafio de atuar pela renovada equipe após ter ficado sem jogar vôlei profissionalmente por oito meses, e contou que o apoio do técnico Zé Roberto Guimarães, idealizador do projeto, foi fundamental para que ela escolhesse voltar às quadras.
Atualmente com 36 anos, a jogadora, que já conquistou uma medalha olímpica - foi bronze nos Jogos de Sydney-2000 -, afirmou que não esperava ser protagonista novamente em uma equipe. Tanto que, revela, recusou propostas do voleibol europeu enquanto estava sem clube.
"Saí de Bauru e só veio proposta de Rússia, Polônia, Romênia. Não queria ir para fora, ter de atacar 100 bolas por jogo. Em outubro, surgiu a ligação do Zé Roberto. Eu disse: ‘Zé do céu, você está doido? Não pego numa bola há oito meses’. Ele disse: ‘Você é craque’. Cheguei cheia de dúvidas e hoje não quero mais parar", contou.
Erika contou que a paixão pela modalidade falou mais alto no seu retorno, uma vez que ela voltou a atuar no vôlei nacional apenas pela terceira divisão, mesmo tendo uma olimpíada na carreira.
"Eu vim por amor ao esporte, sem ganhar nada. Nem sabia se a gente iria receber. Pedi um salário bem abaixo do que ganhava na Superliga A, 20% do que ganhava. Mas meu interesse não era financeiro", explicou.
A experiente atleta admitiu que vive uma situação parecida com a qual estava fugindo: ela é protagonista da sua equipe, mas não vê problema na situação de 'atacar 100 bolas por jogo'. "Acaba sendo isso, mas estou em casa, amando. A responsabilidade é minha. Estou com 36 anos, mas me sinto com 26", brincou.