PUBLICIDADE

Fernanda descarta volta à seleção

Por Agencia Estado
Atualização:

Histórias de rainhas. De mulheres fortes, que quase não têm limites. A levantadora Fernanda Venturini, 31 anos, que se despediu do vôlei há um ano para ter Júlia, hoje com 4 meses e meio, é mais uma estrela que retorna ao esporte ? jogará no BCN/Osasco na temporada 2002/2003. Há seis anos, o público acompanhou história parecida, quando Hortência voltou a vestir a camisa da seleção de basquete menos de dois meses após dar à luz João Victor, em 1996. Seis meses depois, ela estreava na Olimpíada de Atlanta. Ajudou o País a conquistar a prata, e então, deu adeus às quadras. ?Mesmo que voltasse após dez anos, Fernanda ainda seria a melhor levantadora do mundo. Quanto mais experiência, melhor?, elogia o técnico do BCN, José Roberto Guimarães, campeão olímpico com a seleção masculina, em 92. ?Estou feliz porque ela voltou ao vôlei e no meu time. Sentia raiva quando jogava contra ela?, ressalta o treinador, que se recorda apenas de uma vitória em cima de Fernanda: na Colgate/São Caetano, em 91/92. A levantadora quer seu décimo título brasileiro e o primeiro do clube ? ?trago minhas bruxas e duendes?. Fernanda despediu-se das quadras com o vice-campeonato no Vasco, que ainda lhe deve salários ? ?não mereço encerrar a carreira perdendo?. No BCN, vai disputar a 14ª edição da Superliga com a camisa 14, mas descarta a seleção ? ?se não voltei quando meu marido era o técnico (Bernardinho agora treina a seleção masculina)...? Fernanda já voltou à boa forma. Está com 63,5 kg (2,5 kg a menos do que quando parou). Perdeu mais do que os 13 kg que engordou na gravidez. Malha com um personal trainner e joga vôlei na praia, com Isabel. ?Renovei o contrato da enfermeira até o fim da Superliga?, conta, sobre o esquema para conciliar carreira e maternidade. Em São Paulo, poderá ter ajuda da família (a mãe mora em Ribeirão Preto e o irmão, na capital) e de Elzira, a ?enfermeira global?, que tem 28 anos de profissão e já trabalhou com o diretor de TV José Bonifácio de Oliveira, o Boninho. Quer amamentar por mais um mês e só iniciará os treinos em setembro. Mãe coruja, Fernanda diz que a cada dia Júlia está mais esperta ? gosta de ver jogos de vôlei na TV, no colo do pai. ?Sempre está à frente da turma da pracinha nas brincadeiras. Pára o trânsito, já come frutas, toma mamadeira para complementar o leite da mãe, é comilona, gosta de remédio....?, vai contando a mãe. Júlia tem olhos azuis, cabelos quase ruivos e pele bem clara. ?É igualzinha ao Bernardo, mas tem as minhas mãos?, diz Fernanda. O esporte será prioridade na educação da filha. Bernardo quer que ela jogue vôlei e Fernanda, tênis. ?Pelo menos, praticará algum esporte.? Baby boom ? Haja fralda e mamadeira. O vôlei vive um verdadeiro baby boom. Só no Telemig/Minas, finalista da Superliga, três jogadores e o preparador físico estão ?grávidos? ou são pais recentes. Roberta e o levantador Maurício terão Maria Eduarda em junho. Tatiana, mulher do meio-de-rede Douglas Chiarotti, deu à luz Pietra, há dois meses. Sílvia e o também meio-de-rede Douglas Cordeiro babam por Rodrigo, de 6 meses. O preparador físico Sérgio e a mulher, Márcia, esperam Clara. Madeira, técnico do Santo André, curte a gravidez de Magali. Adriana Bento, do vôlei de praia, jogou até o quarto mês, e agora, com um barrigão, espera Sophie. Maurício comenta, aos risos, que comprará uma espingarda para cuidar da filha. ?Com menina, tem de ficar de olho.? O levantador tem João Victor, de 2 anos e meio, o ?rei da casa?, que já freqüenta quadras, entrevistas coletivas, treinos e até faz alongamento com o pai. Roberta, grávida de oito meses, não tem desejos e enjôos, mas confessa que faz ?dengo?. ?Em vez de pedir comida, me contento com um anel de brilhantes?, brinca. Caio, de 2 anos, filho de Sérgio e Márcia, é amigo de João Victor. Como Roberta, Márcia espera uma menina, Clara, que chega em junho. ?Enquanto trabalhamos, nosso filhos brincam no clube?, comenta Sérgio. Márcia, professora de português, tem mais enjôos nesta gravidez ? ?a Clara chuta o fígado, o rim...? Tem dificuldade para achar posição para dormir. Douglas e Sílvia não planejaram ter Rodrigo. ?Queria me estabilizar profissionalmente. Pelo menos, não perdi o ano na faculdade. Em 2001, teve greve e as aulas voltaram após o nascimento?, conta Sílvia, que se forma em educação física este ano. O casal tira de letra as tarefas do dia-a-dia. Douglas, de 1,96 m, troca até fralda. ?Não gosto de dar papinha. Cai muita comida na roupa.? Na tabelinha ? Grávida de sete meses, Adriana Bento, de 32 anos, casada com um nadador, espera Sophie. Está fora do vôlei de praia há três meses. Fez as contas, na tabelinha, para saber quando engravidar. ?Voltei de viagem e só tinha três dias para tentar.? Deixou a areia com quatro meses de gravidez porque ?estava ficando cada vez mais difícil saltar. A Shelda (parceira de Adriana Behar) brincou que jogava contra três.? Sem patrocínio, Adriana Bento não sabe o que será do futuro. ?Posso voltar, mas é difícil. Se ganhasse como a Ana Paula (que também é mãe) poderia pagar R$ 1,5 mil para ter uma babá ao lado.? Poder dos números ? Madeira e Magali, que também foi levantadora, esperam o primeiro filho. Se conhecem desde os 11 anos, quando competiram nos Jogos Mini, no Sesi. Começaram a namorar aos 16 anos e estão juntos desde então. Só agora planejaram ter um filho. ?Queríamos curtir a vida a dois?, explica Madeira, que pretende dividir com a mulher os cuidados com a criança. ?Ele lava roupa, louça, faz as compras... só não sabe passar roupa. É muito companheiro?, diz Magali, que espera Maria Eduarda para o fim de agosto. Mas a grafia do nome da pequena só será decidida após o nascimento. Magali é adepta da numerologia e, dependendo do dia em que nascer, Maria Eduarda poderá ganhar letras ou o sobrenome ?da Silva?. ?Coisas de mãe.?

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.