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Fofão e Dani Lins são trunfos de Unilever e Sesi na final da Superliga

Campeãs olímpicas, passado e presente da posição no time nacional são peças fundamentais para suas equipes, neste domingo, no Maracanãzinho

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Por Amanda Romanelli
Atualização:

SÃO PAULO - Após nove anos, a final da Superliga Feminina finalmente mudou. A Unilever, é verdade, garantiu vaga na briga pelo título pelo décimo ano consecutivo. Mas o rival é outro: o Sesi, que existe há apenas três temporadas, disputa a taça pela primeira vez. O jogo único será às 10 horas do domingo, no Maracanãzinho. Os dois times contam com campeãs olímpicas - como a líbero Fabi e a central Fabiana - e jovens valores, como a central Carol, e as ponteiras Gabi e Ivna. Mas é na posição de levantadora que tanto Unilever quanto Sesi têm valores ímpares.Fofão, de 44 anos, é referência - na Unilever e no vôlei brasileiro. No Sesi, Dani Lins mostra que já entrou para o rol das grandes da posição. A atual temporada de seu time, que chegou à final de todos os torneios que disputou, consagra a maturidade da atleta de 29 anos.Campeã olímpica em Pequim-2008, Fofão despediu-se da seleção com o ouro. No ciclo até os Jogos de Londres, em 2012, a equipe brasileira sofreu para achar uma sucessora à altura. Dani chegou a ser a terceira levantadora do time e quase não foi para a Olimpíada. "Sempre falei o seguinte: ela tinha que ser a primeira a chegar no treino, e a última a sair. Se fosse a terceira levantadora, daria força às outras duas. Acho que o crescimento de um levantador passa por isso." As palavras são de quem entende muito da função e de suas dificuldades: Talmo de Oliveira, técnico do Sesi, reserva na Olimpíada de Barcelona, em 1992.Talmo apostou em Dani em 2011, ano de criação do Sesi. A jogadora, por sua vez, também apostou no time. Deixou a Unilever após cinco temporadas e foi criticada por, às vésperas de uma Olimpíada, deixar de trabalhar com Bernardinho. "As pessoas falavam, mas eu pensava: ‘gente, aprendi bastante com o Bernardo, e vou tentar colocar isso em prática em um projeto novo’", lembra Dani. "Mas foram três anos complicadíssimos, porque eu estava acostumada a disputar finais."Quando o Sesi finalmente chega à decisão da Superliga, é Fofão quem Dani encontra do outro lado da rede. A comparação entre elas é inevitável. "Ela é a melhor levantadora do mundo hoje", elogia Bernardinho. "Comparável à Fofão no auge."Fofão chegou a ficar dois meses sem atuar por causa de uma lesão na panturrilha. Voltou a ser titular na semifinal contra o Vôlei Amil. E foi decisiva. Apesar das dificuldades no ano, a levantadora não confirma que hoje pode fazer seu último jogo na carreira. "Acho que é a minha final. Vou fazer com a maior vontade possível."

DIFICULDADESSesi e Unilever enfrentaram problemas na Superliga, mas cresceram na reta final do torneio e agora decidem o título. A equipe paulistana fez um péssimo primeiro turno, ao perder oito dos 13 jogos, e chegou a ficar fora da zona de classificação. "Nossa união fez a diferença", acredita Dani Lins.A Unilever, atual campeã, pela primeira vez foi aos playoffs com a terceira campanha, sua pior. Enfrentou uma série difícil contra o Pinheiros, mas surpreendeu diante do Vôlei Amil, na semifinal, com uma consistência que ainda não havia apresentado. "Mostramos uma maturidade muito grande. Quando voltei, o time também voltou com uma outra postura", avalia Fofão.  Colaborou Ronald Lincoln Jr

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