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França foi o destaque do Mundial

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Campeonato Mundial Masculino de Vôlei, que termina neste domingo, em Buenos Aires, na Argentina, teve algumas surpresas. Do lado negativo, as seleções de Estados Unidos e Cuba, equipes tradicionais que decepcionaram e amargaram eliminação precoce. As boas novidades foram Portugal, que conseguiu um 8º lugar, e principalmente a França, terceira colocada - a melhor posição de sua história. A seleção francesa, que já vinha fazendo uma boa campanha, surpreendeu ao derrotar a Iugoslávia na disputa do 3º lugar, por 3 a 0, no sábado. Os iugoslavos, atuais campeões olímpicos e líderes do ranking da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), entraram em quadra desmotivados após a derrota para o Brasil na semifinal e foram presa fácil para a França, que ocupa a 12ª posição no ranking mundial. A medalha de bronze é inédita - até então, a melhor colocação da França em mundiais era o sexto lugar (1949, 1952 e 1986). Os franceses participaram somente duas vezes dos Jogos Olímpicos - em 1992, ficaram em 11º lugar e em 1988, em 8º. Nunca foram sequer campeões europeus. Na Liga Mundial, a melhor posição foram dois quinto lugares (2001 e 1990). Em 2002, ficaram em sétimo. Dos 12 atletas da seleção francesa, dois jogam fora do país: Daquin Dominique (Latina, na Itália) e Frantz Granvorka (Sempre Volley Padova, na Itália). Mas o Campeonato Francês recebe vários estrangeiros. "No meu time, tem mais estrangeiro do que francês. No vestiário houve-se português, russo, sérvio...", revelou Laurent Capet. Além do intercâmbio com jogadores de outros países, Capet acredita que a França chegou ao terceiro lugar no Mundial porque, no momento, está jogando muito bem. "Chegamos aqui para ganhar o campeonato. Temos um time homogêneo, que luta pela vitórias. Perdemos a semifinal para a Rússia por 3 a 2, em jogo disputado, decidido nos detalhes. Poderíamos ter ido para a decisão", afirmou o jogador de 30 anos e 2,02 metros. A França havia vencido a Rússia na primeira fase por 3 a 1. Derrotou também a Tunísia (3 a 1) e a Bulgária (3 a 2). Na segunda etapa, fez 3 a 1 contra a República Checa e 3 a 0 contra a Holanda - só perdeu para o Brasil, por 3 a 0. Eliminou a dona da casa Argentina nas quartas-de-final, mas caiu diante dos russos na semifinal. Depois, venceu a Iugoslávia na decisão do bronze. Capet contou que três atletas da seleção francesa treinam e trabalham. Patin é professor de Educação Física, Frangolacci é engenheiro e ele próprio é atendente de uma distribuidora de energia. "Eu vou na casa das pessoas cobrar pagamento. Quando não pagam, tenho de desligar a energia", explicou o jogador. "Vou jogar mais três anos e largarei o vôlei. A minha família é mais importante para mim. Não consigo viajar com a seleção e deixá-los sozinhos."

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