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Gustavo sonha em apertar mão de FHC

Meio-de-rede da seleção brasileira de vôlei prefere repetir festa por título mundial, em Brasília, ao ser, de novo, o melhor bloqueador do mundo.

Por Agencia Estado
Atualização:

Gustavo Endres, de 26 anos e 2,03 metros, pode conquistar este ano o segundo título consecutivo de melhor bloqueador da Liga Mundial ? ganhou o prêmio em 2001 ? e do Campeonato Mundial ? foi o destaque na edição do Japão, em 1998. É considerado um dos melhores do mundo no fundamento. O técnico Bernardo Rezende, o Bernardinho, afirma que Gustavo é dono do melhor saque e bloqueio do Brasil e o compara com os bloqueadores Geric (2,03metros), da Iugoslávia, com o italiano Gravina (2,01 metros) e com o alemão Hübner (2,00 metros). Mas a principal preocupação de Gustavo é com a consagração do grupo. ?Quero ser campeão do mundo com a seleção brasileira, ir para Brasília e apertar a mão do presidente da República como os jogadores de futebol. Esse é o meu sonho.? O meio-de-rede, que deve defender na próxima temporada o vice-campeão italiano, Sisley Treviso, viajou nesta quarta-feira com a seleção para Porto, onde enfrentará Portugal, sábado e domingo, pela Liga Mundial. Na primeira etapa, contra a Argentina ? o Brasil venceu por 3 a 1 e 3 a 0 ?, Gustavo somou 5 pontos de bloqueio em 20 ações, sendo que nove bolas ?espirraram? em suas mãos para defesas e contra-ataques do Brasil. ?Desde que assumi a seleção no início de 2001, só o vi fazendo boas ou brilhantes partidas. Tem liderança, é sério e determinado?, elogia o exigente Bernardinho. De acordo com o treinador e com Chico dos Santos, responsável pelos treinos de bloqueio da seleção brasileira, é preciso reunir várias características para figurar entre os melhores bloqueadores do mundo. Jogar como central (bloqueia em todas as posições da rede), ter mãos e dedos fortes (quanto mais ?invadir? com os braços a quadra adversária, mais fecha o ângulo do atacante), não ter medo de bolada (subir com os olhos abertos) e ser alto (ter mais de 2 metros). Além dessas condições natas, um bloqueador necessita adquirir capacidade de avaliação das situações de jogo e rapidez no deslocamento na rede. ?É preciso trabalho. Assim como o levantador, o bloqueador tem de ter quilometragem. Não se constrói um bloqueador em menos de cinco anos?, afirma Bernardinho. ?Veja o Gustavo. É um dos melhores do mundo, mas há cinco anos não estava entre os 10?, completa Chico. O trabalho do bloqueador é baseado em estatística. O vôlei está cada vez mais veloz e os desafios, maiores ? tem bola tão rápida que o bloqueio não consegue chegar. ?Geralmente central marca o ataque mais executado do central adversário?, explica Chico, que orienta os treinos diários, de 40 minutos só de bloqueio, na seleção ? uma espuma é colocada na quadra para amenizar o impacto das quedas dos saltos. ?Bloqueador é igual goleiro na cobrança de pênalti. Precisa esperar o levantador encostar na bola para sair para o lado certo.? Gustavo sempre teve as mãos calejadas. Quando morava em Passo Fundo (RS), ajudava o pai a carregar caminhões com areia, manejando uma pá. Hoje, os calos são da bola, de tanto amortecer ataques. Diz que não costuma proteger os dedos com esparadrapo e que não sente dor nas mãos quando sobe para bloquear. ?Sinto uma pequena ardência quando a bola bate na mão. Mas adoro pegar ataque forte.?

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