Iugoslávia tenta surpreender o Brasil

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Por Agencia Estado
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Uma verdadeira final. Foi assim que o iugoslavo Vladi Grbic definiu o confronto entre a seleção do seu país e o Brasil, neste sábado, às 10h10 (com transmissão ao vivo da Globo e SporTV), pela semifinal da Liga Mundial de Vôlei Masculino. Rússia, que se classificou com apenas uma vitória na última etapa, enfrenta a Itália também amanhã, às 12h40 na luta pela outra vaga na decisão do título, no domingo. "São as duas melhores equipes do mundo e poderiam ser adversários na final. Mas já que, muito provavelmente, jogaríamos contra os brasileiros, que seja logo", afirmou o Grbic, em bom português, que aprendeu durante a temporada 1997/1998, quando defendeu o Suzano. A Iugoslávia, atual campeã olímpica e européia, nunca venceu a Liga Mundial - em cinco edições disputadas obteve como melhores resultados dois 4º lugares, em 2000 e 2001. Após guerra civil no início da década de 90 - na qual Eslovênia, Croácia, Bósnia e Macedônia tornaram-se repúblicas independentes (Monte Negro e Sérvia ainda fazem parte da Iugoslávia) -, o país reaparece no cenário mundial do vôlei. Não foi, por exemplo, para a Olimpíada de Barcelona, em 1992 (não se classificou) e nem para o Campeonato Mundial da Grécia, em 1994 (por causa do embargo). Desde Tóquio, em 1964, quando o vôlei é disputado, os iugoslavos só foram três vezes aos Jogos Olímpicos (em Moscou/1980, foram sexto colocados), mas obtiveram duas importantes medalhas após a guerra: ouro em Sydney/2000 e bronze em Atlanta/1996. No Mundial do Japão, em 1998, foram vice-campeões e, além do título europeu em 2001, conquistaram a prata em 1997 e bronze em 1979, 1995 e 1999. Comenta-se na Europa, que os iugoslavos, que não disputaram competições internacionais em 1993 e 1994, deram prioridade aos treinamentos físico e técnico e por isso, voltaram fortes. Na temporada de 2002 de clubes, sete dos 12 titulares da seleção jogaram no Campeonato Italiano, o melhor do mundo - três atuaram na Alemanha (Jokanovic), Grécia (Mijic) e Japão (Vladi). Apenas dois jogadores ficaram na Iugoslávia. Miljkovic, a estrela do time, atuou no Lube Macerata, e o levantador Nikola Grbic (irmão de Vladi), no Asystel Milano. Levantador - O treinador da Iugoslávia, Zoran Gajic, que não fala inglês e tem auxílio de uma intérprete, é sempre sucinto nas declarações. Quando perguntado se preferia jogar com o Brasil em uma eventual final - já que os brasileiros são os atuais campeões da Liga e jogam em casa -, pediu para que os jornalistas reformulassem a pergunta. "Se quiserem saber a diferença de enfrentar Brasil e Rússia, posso falar, mas não sobre preferências", respondeu. Gajic disse que o Brasil cresceu no último ano, com a chegada do técnico Bernardinho. "Está mais forte e perigoso. Jogam rápido e lutam até o último ponto. Agora sim, parece uma equipe." Mostrou-se preocupado com o saque brasileiro (André Nascimento é o líder nas estatísticas do torneio, seguido por Gustavo. Henrique é o quarto melhor sacador) e destacou o levantador. "Saque e recepção fazem a diferença. Mas, nesse nível de jogo, quem pode desequilibrar é o levantador." O treinador só definirá a equipe que jogará contra o Brasil no aquecimento. O levantador titular Nikola machucou as costas. "Sem condições, não o colocaria em quadra nem em final de Olimpíada."

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