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Leandrão, do Cruzeiro, é o 'canhão' da Superliga masculina

Oposto cravou 230 bolas nas quadras adversárias em 14 jogos, média de 16,4 pontos por apresentação

Por Daniel Brito
Atualização:

Em uma Superliga recheada de campeões olímpicos, como André Nascimento e André Heller, é o gigante Leandrão, do Sada/Cruzeiro, de Minas Gerais, quem lidera a lista dos maiores pontuadores da competição. Do alto de seus 2,08m de altura, ele cravou 230 bolas nas quadras adversárias em 14 jogos, o que dá a substancial média de 16,4 pontos por apresentação. Trocando em miúdos, o clube mineiro deve três de suas nove vitórias na Superliga à mão direita de Leandrão. Sim, porque dividindo os números do oposto em sets (de 25 pontos), é como se ele sozinho tivesse feito pontos suficientes para ganhar nove parciais. O desempenho impressionante não parece ter mexido com a cabeça do jogador. Quando se fala em sucesso, ele mantém os pés fixos no chão. "Os números são legais, mas não presto atenção nisso durante a temporada", disse o gigante da equipe mineira. "Na verdade, minha prioridade é ser campeão da Superliga". Para não se apegar aos números, Leandrão prefere não se informar sobre as estatísticas individuais. Só quando o campeonato termina ele faz seus cálculos. Em uma conta rápida, ele estima ter marcado nada menos do que 1, 8 mil pontos nos últimos quatro anos. "Haja ombro", brincou, referindo-se ao esforço feito pela articulação que impulsiona o braço. Mas é preciso fazer uma ressalva: desde 2005, o oposto atuou por duas temporadas no vôlei asiático, mais fraco do que o brasileiro. Primeiro no Samsung, da Coreia do Sul, e depois no Arrows, do Japão. "Teve um jogo na Coreia em que marquei 47 pontos. Esse é meu recorde", disse. O jogador sabe que quanto mais tempo permanecer no topo da lista dos "matadores" da Superliga, mais difícil será sua vida. "Tenho de usar minha variação de golpes para fugir da marcação, que só vai piorar", apostou. SELEÇÃO Chegar à seleção brasileira parece um caminho natural para Leandrão. O paulista de Limeira, de 25 anos, foi convocado duas vezes por Bernardinho para o time de novatos, mas não pôde jogar a Copa América, em setembro, por causa de uma lesão na mão. Mas o exigente treinador já manifestou o interesse em elevar a média de altura da equipe nacional. O Brasil há muito tempo é conhecido no cenário internacional do vôlei por ser campeão com um time de estatura mediana. E isso pode ajudar Leandrão. O mais alto da seleção nos Jogos Olímpicos de Pequim, por exemplo, foi o meio-de-rede Rodrigão, com 2,05m. Para a Copa América, Bernardinho convocou Leandrão e outros quatro atletas mais altos do que Rodrigão. O treinador da seleção já deu um sinal a Leandrão de que deverá voltar a convocá-lo, uma vez que o oposto não foi desligado da equipe durante a Copa América, mesmo contundido. "Acho que ele (Bernardinho) quer me deixar pronto para um dia, quem sabe, me manter na Seleção", previu. "Tenho muito a melhorar ainda. Preciso ter mais agilidade, me aperfeiçoar na defesa e outras coisas porque no grupo brasileiro só tem gente muito boa".

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