PUBLICIDADE

Publicidade

'Não concordo com a participação da Tifanny na Superliga', diz Tandara

Jogadora do Vôlei Nestlé se manifesta sobre sua adversária que é a primeira trans e disputar a competição

Por Paulo Favero
Atualização:

Tandara e Tifanny protagonizaram um grande duelo nesta sexta-feira pela Superliga feminina de vôlei. Cada uma marcou 31 pontos, mas no final a vitória ficou para o Vôlei Nestlé, que fez 3 a 2 no Vôlei Bauru. As duas mostraram suas credenciais de principais pontuadoras da competição, mas no final a jogadora do time de Osasco falou pela primeira vez sobre a presença de uma trans no torneio. + Tifanny ganha torcida organizada em Osasco em jogo pela Superliga “Respeito muito a história dela, para a sociedade é importante, mas eu não concordo com a participação da Tifanny na Superliga feminina. Durante toda puberdade ela se desenvolveu como sexo masculino. Querendo ou não, ela leva vantagem”, afirmou a jogadora, lembrando que não é homofóbica. “Eu tenho isso na minha família”, continuou a atleta.

Tifanny tenta passar pelo bloqueio de Tandara Foto: JF Diorio/Estadão

PUBLICIDADE

Tandara conta que procurou médicos e especialistas para chegar à sua conclusão, e antes de falar queria enfrentar a adversária. "Em alguns momentos, deu para perceber que ela segura o braço. Mas quando chega perto do final do set, ela vem forte e faz a diferença", explicou. A jogadora reforçou que não tem qualquer preconceito em relação à adversária, mas entende que por causa de sua trajetória como homem até os 30 anos ela teve um desenvolvimento diferente. "Sou solidária e tenho carinho, porém, independentemente se ela faz diferença ou não em quadra, seu desenvolvimento foi como sexo masculino, tem mais massa muscular, quadril mais fino, o que favorece a impulsão, tem pulmão maior, e leva vantagem. É um assunto delicado e merece mais estudos. Mas quero deixar claro que não é homofobia, é fisiologia", afirmou. Tifanny, por sua vez, trata o assunto com tranquilidade e diz que, se for proibida de jogar, vai procurar fazer outra coisa. "Enquanto a lei existir, vou entrar ali para dar o meu melhor. Não tenho preocupação com possíveis mudanças. Eu já tenho minha cirurgia e podem até alterar a taxa de testosterona, mas a minha é muito baixa. Se chegar a proibição, não vou reclamar e vou seguir minha vida normalmente fazendo outra coisa", confessou.

Ela elogiou Tandara e garantiu que não está em quadra dosando sua força, pelo contrário. "Fico muito feliz de ficar de frente com uma oposta tão boa quanto a Tandara, que é da seleção brasileira. Depois da cirurgia, eu não consigo mais jogar como antes e se a rede tivesse a altura masculina eu mandaria na fita. Sem contar que tem também o cansaço físico. Eu necessito de dois dias a mais que as meninas para me recuperar", concluiu.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.