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São Caetano faz sucesso nas quadras

Com a mesma estrutura modesta do time de futebol, a equipe de vôlei da cidade começa a decidir o Campeonato Paulista nesta quinta, contra Osasco.

Por Agencia Estado
Atualização:

A fórmula é a mesma do São Caetano no Campeonato Brasileiro de Futebol. O time de vôlei feminino da cidade chegou à decisão do Paulista surpreendendo: derrotou o atual campeão estadual, o Blue Life/Pinheiros, com uma equipe sem patrocínio e formada basicamente por juvenis. O orçamento mensal do vôlei de São Caetano, R$ 25 mil, corresponde, praticamente, ao valor do salário de uma única jogadora do BCN/Osasco, o adversário na série melhor-de-três da final, a partir desta quinta-feira, às 20h30 (com SporTV), no Ginásio Lauro Gomes, em São Caetano do Sul. O segundo confronto será sábado, em Osasco. "Nossa trajetória é igual à do futebol. Somos o time pequeno que chegou lá", avaliou o técnico Hairton Cabral de Oliveira, de 36 anos, que nesta quarta-feira, na apresentação do Açúcar União como patrocinador da equipe para o restante da temporada, teve de ficar do lado de fora da sala. Quem chamou as atletas para juntar-se a dirigentes e jornalistas foi o técnico William Carvalho, que estava desempregado há seis meses e vai assumir o time logo que o Estadual terminar. O patrocinador investirá R$ 1,5 milhão no esporte, R$ 800 mil em ações de marketing e o restante nas várias categorias do vôlei. William volta a São Caetano - comandou a extinta Uniban - porque foi incluído em um pacote fechado, negociado por José Carlos Brunoro, por meio da agência Brunoro & Cocco. "Saio sem ressentimentos, apesar do sonho pessoal de comandar um time na Superliga", afirmou Hairton, que depois de classificar a equipe adulta para a final do Paulista, ficará só com o time juvenil. Ele não aceitou ser assistente de William porque não conseguiria se envolver de corpo e alma. "Não sou falso." Esta é a terceira vez que Hairton perde o comando do time na melhor fase da temporada. "Em 98/99, dei lugar a João Crisóstomo. Em 1999/2000, sabia que sairia quando Antônio Rizzola retornasse com a seleção juvenil. Agora, agora esperava ficar..." Juvenis - Quando saiu da Paraíba para tentar a sorte em São Paulo, o objetivo de Hairton era fazer pós-graduação em basquete na Universidade de São Paulo - é formado em educação física. Mas teve de se dedicar ao vôlei. "Em 1986, não existia basquete como opção na USP." O ex-jogador de basquete trabalha há cerca de 15 anos com categorias de base no vôlei. No extinto Pão de Açúcar, treinou, por exemplo, a levantadora Fofão, ainda no time infantil. Hairton acredita que foi jogando "no risco" que sua equipe, com seis juvenis, chegou à final do Paulista. "Nosso jogo não é previsível, arriscamos muito." Ele espera que a empolgação com o patrocinador não atrapalhe a equipe na final do Paulista. "Não podemos perder o foco. O BCN é favoritíssimo e, para mim, terminar em segundo ou último lugar é a mesma coisa."

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