'Sempre quis jogar no Brasil', diz Hooker

Confira entrevista exclusiva com a jovem que chega para reforçar o Sollys/Nestlé

PUBLICIDADE

Por Rafael Vergueiro
Atualização:

SÃO PAULO - Uma algoz apaixonada pelo Brasil. Esta é Destinee Hooker, craque do voleibol mundial que acaba de ser contratada pelo Sollys/Nestlé. A norte-americana foi uma das principais responsáveis pela derrota da seleção brasileira na final do último Grand Prix. Eleita a melhor jogadora da competição, menos de uma semana depois foi anunciada como reforço da equipe de Osasco. Mas, em entrevista exclusiva ao Estado, a jovem oposto/ponteira - completa 24 anos no próximo dia 7 - faz questão de ressaltar que ama os brasileiros fãs de voleibol e acredita que será muito bem recebida.Nascida em Frankfurt, na Alemanha, naturalizou-se norte-americana e começou a jogar vôlei aos 13 anos. Chamou atenção quando estava na Universidade do Texas, em 2006. Em 2008, estreou na seleção de base dos Estados Unidos. Passou por times da Coreia do Sul, Porto Rico e sua última equipe foi o Pesaro, da Itália.Agora, sonha em brilhar no Brasil e promete muita vontade. "Em todos os jogos, vou lutar até a última bola cair."Você foi uma das principais responsáveis pela derrota do Brasil na final do Grand Prix, eleita a melhor jogadora da competição, e acaba de acertar justamente com um time brasileiro. Acha que será bem recebida pelas companheiras e torcida?Sim, eu sinto que serei bem recebida pelos fãs, parceiros e torcedores do Sollys. Eu amo os fãs do Brasil e sou amiga de muitas jogadoras que atuam lá. Então eu espero ser recebida de braços abertos.O que você conhece sobre o Sollys/Nestlé? Por que escolheu jogar nesta equipe brasileira neste momento em que sua carreira está no auge?Eu honestamente não sei muito sobre o Sollys/Nestlé, mas estou ansiosa para conhecer melhor a equipe. Sei que é um time com muita história, com uma torcida que o ama e apoia. Estar no auge da minha carreira não tem nenhuma relação com a decisão de jogar no Sollys. Na verdade, eu sempre quis jogar no Brasil, e quando tive a oportunidade eu agarrei. Os fãs e as colegas de equipes são colírio para os meus olhos. No Sollys/Nestlé, você jogará ao lado de atletas da seleção brasileira, como Thaísa, Jaqueline e Tandara. Como imagina que será a sua adaptação ao voleibol brasileiro?Eu espero adaptar-me ao voleibol brasileiro fácil e rapidamente. Eu adoro o estilo de jogo do Brasil e a paixão que eles têm pelo vôlei. Quero apenas ser parte disso e ajudar. Não quero ser a estrela maior do Brasil, mas somente uma jogadora com coração grande que dá de tudo para conquistar o título.Na sua opinião, quais são os pontos fortes e os pontos fracos do voleibol brasileiro?Honestamente, não tenho opinião formada sobre os pontos fortes e fracos do vôlei brasileiro. Eu sinto que o Brasil tem um excelente programa para o treinamento de suas atletas, e é uma potência neste esporte Você é uma atleta jovem, de 23 anos? Por quanto tempo pretende ficar no Brasil?Sim, eu tenho 23 anos [completa 24 em 7 de setembro] e assinei com o Sollys por um ano. Veremos o que vai acontecer após o término da temporada. Tenho certeza de que vou amar o Brasil. Eu já amo os fãs.Você já jogou na liga italiana, considerada uma das melhores do mundo. Acha que, atualmente, a liga brasileira está no mesmo nível da liga italiana ou ainda precisa evoluir?Não jogarei no Brasil para comparar a liga com a italiana, mas vendo o vôlei que está se jogando hoje no Brasil eu diria que sim, está no mesmo nível. Várias jogadoras e alguns treinadores que antes trabalharam na Itália hoje estão no Brasil. Isso acrescenta muito ao voleibol brasileiro. Você começou a chamar atenção na Universidade do Texas em 2006, quando tinha 16 anos. No Brasil, as atletas normalmente começam mais cedo? Acha que isso tem ou ainda pode ter algum impacto na sua carreira?Eu comecei a jogar voleibol quando tinha 13 anos. Acredito que jogar na faculdade ajudou-me a desenvolver muitas habilidade, mas jogar na seleção dos Estados Unidos é muito mais importante.A líbero Stacy Sykora veio jogar no Brasil e virou ídolo por aqui, tanto que recebeu várias mensagens de apoio após sofrer aquele acidente com o ônibus. Você chegou a conversar com ela sobre o Brasil? Ela deu algum conselho?Stacy é uma pessoa maravilhosa, eu a amo. Definitivamente, é alguém especial. Eu conversei com ela sobre o Sollys e ela deu uma resposta positiva.O que sabe sobre o Brasil? Quais cidades você conhece? O que gosta do País e o que desagrada você por aqui?Eu conheço São Paulo e Rio de Janeiro, mas não cheguei a ficar tempo suficiente no País para saber o que eu gosto e o que desgosto. Sei apenas que amo os fãs e guaraná.Por que o vôlei norte-americano, apesar de ter seleções tão fortes, não consegue ter uma boa liga nacional?Fora da faculdade, o voleibol não é popular nos Estados Unidos. Eu tentei começar a montar um grupo de apoio para fazer o esporte crescer no País, mas isso ainda precisa acontecer. É triste, mas estamos acostumados com isso. Qual mensagem você gostaria de mandar para os torcedores do Sollys/Nestlé?Eu gostaria de dizer aos fãs que amo todos e agradeço as palavras de carinho e apoio. Eu estou com muita vontade de trabalhar duro e lutar até a última bola cair em cada jogo. Espero que Deus nos ajude a conquistar mais um título. Vejo todos vocês em breve.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.