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Serginho se despede da seleção de vôlei com vitória em amistoso com Portugal

Mais de 35 mil pessoas assistiram à despedida do líbero que ganhou duas medalhas de ouro e duas de prata em jogos olímpicos, sete ligas, dois campeonatos mundiais e duas copas

Foto do author Leonencio Nossa
Por Leonencio Nossa
Atualização:

Um dos maiores atletas brasileiros da história, o líbero Serginho, 40 anos, vestiu nesta manhã oficialmente pela última vez a camisa da seleção brasileira de vôlei na vitória por 3 a 1 (25/20, 20/25, 25/21 e 15/9) contra Portugal. Sob sol intenso, mais de 35 mil pessoas assistiram no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, à despedida do jogador que ganhou duas medalhas de ouro e duas de prata em jogos olímpicos, sete ligas mundiais, dois campeonatos mundiais e duas copas do mundo.

Numa temperatura de 22 graus e sensação de 26, o jogador Maurício Souza usou boné durante a partida. O português Valdir e os brasileiros Bruninho e Wallace recorreram a óculos escuros. No banco, os reservas das duas equipes protegiam a cabeça com camiseta e toalha. Os campeões olímpicos de vôlei de praia Alison e Bruno Schmidt, convidados de honra acharam o clima engraçado. A torcida também se divertiu, cantando músicas da Legião Urbana e de Sidney Magal. O Mané Garrinha se transformou numa mistura de estádio de futebol e arena montada na areia. Em muitos momentos da partida, o espaço parecia também uma quadra onde se jogava vôlei de alto rendimento. A seleção atuou num ritmo de festa, sem a mesma marcação dos jogos finais da última olimpíada.

Dono de quatro medalhas olímpicas, Serginho se despede da seleção brasileira de vôlei Foto: CBV/Divulgação

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Na quadra improvisada no gramado, Serginho empolgou a torcida se jogando em defesas difíceis, uma de suas marcas no esporte. A primeira jogada dele que arrancou aplausos foi uma defesa que garantiu o terceiro ponto do Brasil e da partida. Após fazer 3 a 0 no set inicial, a seleção relaxou, mas terminou o primeiro tempo com cinco pontos de vantagem. O bloqueio de Wallace, em alguns momentos, lembrou a marcação forte e o ataque preciso do time campeão olímpico.

O time português que treina para o campeonato europeu chegou a abrir 4 a 1, chegando a 7 a 2, mesmo com a vaias do público e os erros de saque. A pífia atuação do ataque brasileiro levou o técnico Bernardinho a pedir tempo. A seleção foi perceber tarde a larga vantagem portuguesa. O chope da festa ficou com gosto de água. Portugal fechou o set, com cinco pontos a mais. O som precário e falhas no painel do placar do segundo maior estádio do País também prejudicaram o espetáculo.

A seleção voltou para quadra para um terceiro set com mais concentração. O time aproveitou os erros de saque do adversário e não permitiu que o contra-ataque. O set terminou com vitória brasileira, 25 a 21. Pela regra, líbero não saca, mas no match point, no quarto set, Serginho foi para o saque. Ele errou, mas a arbitragem permitiu que ele repetisse a jogada. Os portugueses deixaram a bola tocar na quadra, 15 ponto brasileiro. Era tudo festa. O roteiro já estava pronto. O líbero foi ovacionado, chorou e recebeu um "obrigado" de milhares de pessoas. "Se o meu sonho foi realizado, o sonho de qualquer atleta pode ser realizado também", disse, ao microfone.

Despedida. Como um ídolo do país do futebol, Serginho deu a volta olímpica no estádio, cercado de seus companheiros de seleção e de uma multidão que ganhou ingresso de grandes patrocinadores.

Paranaense de Diamante do Norte, Sérgio Dutra Santos, chamado ainda de Escadinha, foi eleito o melhor jogador de vôlei na Olimpíada deste ano, tornando-se o maior medalhista brasileiro em esporte coletivo, Ele deixa a seleção como líder em quadra de uma equipe que não conquistava um torneio importante desde 2010 e sofria nas comparações com os times campeões de Barcelona-1992 e de Atlanta-2004, que teve a presença do líbero. Com a vitória na Rio-2016, Serginho entrou para uma galeria seleta de brasileiros bicampeões olímpicos, integrada pelos também jogadores de vôlei Maurício e Giovane, pelo saltador triplo Adhemar Ferreira da Silva e pelos velejadores Robert Scheidt, Torben Grael e Marcelo Ferreira.

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A partida de despedida de Serginho foi a segunda e última do Desafio de Ouro, competição organizada para marcar o fim do ciclo do jogador na seleção. Na primeira, no sábado, o time de Bernadinho também não teve dificuldades para vencer os três sets contra os portugueses. A partir de agora, o técnico inicia de fato as negociações que podem mantê-lo à frente da seleção, posto que ocupa desde 2001, ou leva-lo para o comando do Japão, que pretende marcar boa posição na Olimpíada de Tóquio, em 2020.

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