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Debate: Campeonato Paulista deve ou não ser paralisado por causa da pandemia?

Competição passa por impasse sobre o futuro e encara discussão sobre segurança dos protocolos médicos

Por Ciro Campos
Atualização:

A Federação Paulista de Futebol (FPF) vai ter de realizar os jogos do Campeonato Paulista fora do Estado de São Paulo até o dia 30 de março. Após o Ministério Público negar o pedido para repensar a recomendação de suspender o campeonato, a entidade agora vai conversar com clubes nesta terça apenas para definir a tabela e para onde vai levar os jogos.

São Bento e Palmeiras já se enfrentam em Belo Horizonte, nesta quarta-feira, os custos com viagem e aluguel do estádio Independência bancados pela FPF. Por ser um jogo fora de Sorocaba, o time do interior reconhece que sairá um pouco mais caro o custo operacional. Quem sempre precisa arcar com as principais despesas é o mandante.

Campeonato Paulista vive impasse sobre realização de jogos dentro do Estado de São Paulo Foto: Rodrigo Corsi/Federação Paulista de Futebol

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"Pela nossa estimativa vamos gastar uns R$ 8 mil a mais do que nos jogos em nossa cidade por causa de custos com ambulância, funcionários e diárias no hotel. Geralmente a gente tem de arcar uns R$ 12 mil por partida. Agora será um pouco mais", disse o presidente do São Bento, Almir Laurindo. Mesmo com um gasto extra, ele não reclama. "Vamos ter um custo a mais, mas é pelo bem do campeonato, da Federação e dos clubes. Nenhum jogador ou dirigente quer que o campeonato fique parado", comentou.

Para debater o impasse, o Estadão conversou com um infectologista e um dirigente de clube para explorar diferentes pontos de vista sobre o tema. Confira:

O Campeonato Paulista deveria ser paralisado?

SIM

Renato Grinbaum*

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Estamos no pior momento da pandemia. Vivemos um grande caos no sistema de saúde e um grande número de mortes. Por isso está mais do que na hora de retrair as atividades, mesmo que por um curto tempo. Precisamos ter uma postura mais cautelosa e retraída.

Mesmo com cuidados de segurança, nenhum protocolo de saúde é 100% seguro. Ele apenas reduz o risco. Mas, diante da situação grave, mesmo um risco reduzido é grande. Agora é hora de ter humildade, pensar menos na lucratividade do esporte e priorizar a saúde.

* CONSULTOR DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA

NÃO

Almir Laurindo*

Os clubes querem continuar o campeonato. Está mais do que provado que dentro do campo não há transmissão. As equipes dependem do andamento do Estadual, se não ficamos sem receber as cotas de televisão. No nosso caso, deixaríamos de receber R$ 2 milhões.

Todos os jogadores querem jogar e ficam felizes que o campeonato continue, porque assim eles continuam a ser testados contra a covid-19 e podem ir para casa tranquilos, sem a preocupação que vão contaminar alguém. Se o campeonato parar, eles não vão ter esse controle de saúde.

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* PRESIDENTE DO SÃO BENTO

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