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Cinco paulistas da Série A deverão estrear no Brasileiro esgotados por maratona

A conta física para os times de São Paulo no Brasileirão sairá cara, mas a financeira seria ainda mais implacável

Por Mauro Cezar Pereira
Atualização:

Os cinco times do futebol paulista que participarão do Brasileirão estão envolvidos em maratona pesada. A interrupção do certame estadual devido às medidas restritivas impostas pelo governo do Estado de São Paulo fez acumular uma série de partidas que vêm sendo disputadas em pequenos intervalos. E isso pesará na sequência da temporada.

São Paulo, Corinthians, Santos e Bragantino já têm esboçadas médias de um jogo a cada pouco mais de três dias, enquanto a do Palmeiras fica abaixo disso. E não estão computados os cotejos pelas fases decisivas do campeonato estadual. Ou seja, participando de diferentes competições, os cinco se veem envolvidos em muitos compromissos. E o risco de um desgaste enorme é óbvio.

Santos poupou jogadores em clássico com o Corinthians visando jogo com o Boca Juniors pela Libertadores dois dias depois Foto: Rodrigo Coca / Agência Corinthians

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Um cenário que preocupa para a disputa da Série A, que começa no final de maio. Entre a volta dos jogos do Paulista e a primeira rodada do Brasileiro, essas cinco equipes terão um imenso desgaste com partidas por Libertadores, Sul-americana, Copa do Brasil e Estadual. Em meio a tudo isso, viagens dentro e fora do território nacional.

O São Paulo, que chegou a fazer quatro jogos entre 10 e 16 de abril (enfrentou São Caetano, Red Bull Bragantino, Guarani e Palmeiras), terá realizado 14 pelejas em 45 dias entre a volta do campeonato paulista e seu último compromisso já marcado antes da estreia na Série A. Média de 3,21 dias. E a essa lista serão acrescidos as partidas da fase decisiva do estadual.

Pesada também será a jornada do Corinthians, que já entrou em campo pela Copa do Brasil e pela Sul-americana. Da volta do futebol no Estado à última partida antes de começar a Série A, os corintianos terão disputado 13 jogos em 45 dias, média de 3,46, que ficará mais justa com a reta final do Estadual. O Santos, por sua vez, terá média de 3,06, fora possíveis jogos a mais no Paulista.

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O Red Bull Bragantino, que disputa as mesmas competições das quais participa o Corinthians, registrará uma entrada em campo a cada 3,21 dias, também sem contar os jogos da fase decisiva do Paulista. Ficar fora dela teria um lado muito positivo para o Palmeiras, que já projeta média de um compromisso a cada 2,94 dias no período, sem contar esses compromissos.

O campeão continental ainda não estreou na Copa do Brasil, como os demais times que se qualificaram para a principal competição internacional da América do Sul. Mas jogou a Supercopa do Brasil contra o Flamengo e a Recopa Sul-Americana diante do Defensa y Justicia. Ou seja, mais três partidas pesadas além do Estadual e da própria Libertadores. Pesadíssimo.

Para efeito de comparação, outros times da primeira divisão nacional que deverão lutar pelas primeiras posições não deverão ter tantos compromissos em tão pouco tempo, já que os certames de seus Estados não foram interrompidos como o Paulista. No Rio, o Flamengo, por exemplo, no mesmo período fará em média uma peleja a cada 5,6 dias.

Esse número ficará mais justo com os rubro-negros jogando mais três vezes na reta final do Carioca, mas ainda assim não será uma sequência tão intensa como a dos cinco paulistas. O mesmo acontece com o Atlético Mineiro, com uma partida a cada seis dias em média no período, também sem contar jogos da reta final do Mineiro.

O desgaste inevitável deverá cobrar a conta. Mas os clubes não têm opção. Com a pandemia e estádios sem público, caiu a receita. Com a inexistência de bilheteria e outros meios de arrecadação em dias de jogos, também despencou o número de sócios-torcedores das equipes. Com isso, é preciso jogar para receber o dinheiro da TV.

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