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Reta final vira chance para Jardine e 'esquecidos' do São Paulo

Interino e jogadores pouco utilizados por Aguirre usam três últimos jogos do ano para mostrar potencial

Por Renan Cacioli
Atualização:

Os três últimos jogos do São Paulo em 2018, a começar pelo confronto desta quinta-feira contra o Vasco, às 20h, em São Januário, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro, representam uma oportunidade importante não só para o técnico interino André Jardine mostrar que pode ser efetivado para o ano que vem como também para diversos jogadores que vinham sendo pouco utilizados por Diego Aguirre provarem ser capazes de permanecer no elenco.

Um exemplo claro é o do zagueiro Rodrigo Caio. Titular absoluto da equipe nas últimas temporadas, o jogador chegou a ser cotado para uma das vagas da seleção brasileira na Copa do Mundo. Uma lesão no pé esquerdo logo no início do Brasileirão, porém, não só encerrou o sonho dele de ir à Rússia como abriu espaço para a concorrência. Arboleda, Anderson Martins e Bruno Alves deram conta do recado e, mesmo após a recuperação do titular, tinham a preferência de Aguirre.

Jardine conversa com Brenner antes de colocá-lo contra o Cruzeiro Foto: Paulo Pinto / São Paulo

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Agora, sem o uruguaio no cargo e diante de problemas para o jogo contra o Vasco – Bruno Alves está suspenso e Anderson Martins se recupera de uma amigdalite –, o antigo dono da posição deve aparecer no 11 inicial. Rodrigo Caio participou de apenas 22 jogos em todo o ano.

Outros dois jogadores voltaram a ganhar espaço. O meia Shaylon chegou a ficar dez rodadas sem ser utilizado por Aguirre. Jogou apenas 21 vezes em 2018. Desde que Jardine assumiu, há duas rodadas, participou dos dois confrontos: entrou no decorrer do empate com o Grêmio e foi titular na vitória sobre o Cruzeiro.

O atacante Brenner, tido como uma das principais revelações da base tricolor, vive momento parecido. Também esteve presente em apenas 21 partidas na temporada, sendo a maioria sob comando de Dorival Júnior, e ficou 13 rodadas sem ser opção a Aguirre, que só voltou a escalá-lo em sua última apresentação no comando do São Paulo, contra o Corinthians – quando o garoto, inclusive, marcou o gol do empate em 1 a 1. No período "inativo" pelo profissional, Brenner chegou a ser utilizado no time sub-20 que disputa o Brasileirão de Aspirantes. Com Jardine, entrou no decorrer do jogo diante dos cruzeirenses.

Shaylon ficou dez rodadas sem ser utilizado Foto: Paulo Pinto / São Paulo

Jardine sofre pressão, mas tem aval da diretoria

Classificar o São Paulo entre os quatro primeiros do campeonato pode ser o passaporte do interino André Jardine para o cargo efetivo de treinador. Por isso, mesmo que tenha assumido o time na reta final do ano e tenha, em tese, menos responsabilidade, encara os jogos contra Vasco, Sport e Chapecoense como sua grande oportunidade.

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Conforme já mostrou o Estado, o nome de Cuca, que dificilmente ficará no Santos em 2019, tem apelo no São Paulo em razão do trabalho feito pelo técnico em 2004, quando montou a base do time multicampeão da temporada seguinte. Mas tanto Raí, homem forte do futebol do clube, quanto o presidente Leco confiam em Jardine pelos serviços prestados nos três anos em que esteve nas categorias de base e conquistou títulos importantes com a equipe sub-20.

Maxi López de volta

Com Maxi López de volta e quase força máxima, o Vasco tenta se reabilitar no Campeonato Brasileiro e dar um passo importante contra a queda à Série B. A equipe carioca não vence há três jogos e viu o desespero contra o descenso aumentar. Nos últimos três compromissos, foi derrotado pelo Grêmio de virada com gols nos minutos finais, levou o empate do Atlético-PR em casa também nos instantes derradeiros da partida e caiu diante do Corinthians, no confronto direto para escapar da queda.

Os três resultados negativos em sequência fizeram com que a equipe se reaproximasse do grupo dos quatro piores. O time só não voltou a integrar a zona do descenso por incompetência dos rivais, que também têm acumulado tropeços. No momento, os comandados de Valentim somam 39 pontos.

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O calvário vascaíno instaurado diante da possibilidade de o time amargar o quarto rebaixamento em sua história atrapalha a equipe em campo. O aspecto psicológico tem pesado para alguns jogadores, que falharam em momentos decisivos, como Raul, contra Atlético-PR e Corinthians. Além disso, a equipe tem sido prejudicada pela arbitragem em momentos cruciais.

Os desfalques em série, outro problema recorrente, foi parcialmente solucionado. Principal jogador da equipe e referência para o elenco, Maxi López está recuperado do corte profundo no pé direito que o tirou dos últimos dois embates e voltará ao time. Com isso, Andrés Ríos retorna ao banco de reservas.

"Maxi está sem dor. É uma proteção normal. Ele está fazendo tudo, batendo na bola, fazendo os movimentos, está treinando normalmente. Então, não vai ter problema", garante o técnico Alberto Valentim. "Ele treinou normalmente [na quarta], fez a parte física nos dias em que não podia treinar com o grupo. A gente esperar contar com ele 100%."

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Os zagueiros Werley e Luiz Gustavo também reforçam a equipe. O segundo deve ser improvisado na lateral direita no lugar de Raul e, assim, Valentim, considerando a atual conjuntura, terá quase que todo o time considerado titular à disposição.

"Será mais uma guerra e estamos preparados para ela. A torcida tem comparecido em bom número em São Januário. Ela sabe que esse apoio é muito importante nessa reta final do Brasileirão", afirmou o atacante Kelvin.

FICHA TÉCNICA

VASCO: Fernando Miguel; Luiz Gustavo, Henriquez, Leandro Castán e Henrique; Willian Maranhão, Andrey e Thiago Galhardo; Yago Pikachu, Maxi López e Kelvin. Técnico: Alberto Valentim.

SÃO PAULO: Jean; Bruno Peres, Arboleda, Rodrigo Caio (Anderson Martins) e Reinaldo; Jucilei, Hudson e Nenê; Everton, Helinho e Tréllez. Técnico: André Jardine (interino).

LOCAL: São Januário, no Rio.

HORÁRIO: 20h.

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ÁRBITRO: Anderson Daronco (RS).

NA TV: Pay-per-view.

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