Foto do(a) blog

Provas de rua de A a Z

Brasil inova e lança tênis de corrida com placa de grafeno

Olympikus apresentou seu novo modelo no Campo de Marte

PUBLICIDADE

Foto do author Silvia Herrera
Por Silvia Herrera
Atualização:

"Muito prazer, eu sou o Corre Grafeno, e nasci para fazer você acelerar sua corrida!" Se o novo tênis da Olympikus fosse se apresentar, provavelmente este seria o discurso. Brincadeira a parte, o Corre Grafeno (R$ 699,99) foi lançado em um evento sui generis, à meia- noite desta sexta-feira em um treino em parte da pista do Campo de Marte, na zona norte da capital paulista, para testar o calçado.  Grafeno é a forma cristalina do carbono, material bidimensional, uma alótropo, muito usado na construção civil, na medicina e na eletrônica, que é formado por 100% carbono. Ou seja, é uma placa de carbono puro cristalizado. E mais dois tênis serão lançados em breve, mas sem placa, o Corre Vento e o Corre 2, todos produzidos com energia limpa.

Lançamento contemplou corridas de 200m na pista do Campo de Marte. Foto: Divulgação/Fractal

PUBLICIDADE

Entre os convidados três feras da elite nacional: Daniel Chaves, Andrezinho e Edson Cipó. Como Daniel saiu da adidas, algo me diz que no futuro poderemos vê-lo sendo patrocinado pela marca brasileira. Se forem os três seria um golaço. Cipó participou da cocriação dos outros modelos, e no solado de um deles tem uma homenagem ao Nordeste, o design faz referência ao Rio São Francisco, mas essa é outra história. No evento, Marcio Callage, diretor de Marketing da Olympikus e CMO da Vulcabras, disse que os três atletas profissionais foram apenas como convidados, como eu. Mas suaram a camisa e mandaram ver, voaram baixo na pista do Campo de Marte, liderando as corridas em grande estilo, e se divertiram muito.

Daniel Chaves, Andrezinho e Cipó marcaram presença no lançamento do Corre Grafeno. Foto Divulgação/Fractal  

Além da tecnologia Grafenus presente na placa, o novo tênis apresenta outras inovações. No solado encontra-se a tecnologia ELEVA, que explora o limite da expansão do EVA para alcançar máxima resposta, mantendo o conforto e a durabilidade. Um EVA leve e de baixa densidade que garante uma menor deformação. Também estão presentes outros componentes tecnológicos como a  Gripper, borracha antiderrapante com maior aderência e segurança para a pisada, a Oxitech, localizada no cabedal, que garante maior leveza, respirabilidade e conforto térmico, e a Ortholite, localizada na palmilha, proporcionando maior circulação de ar entre as passadas. O modelo chegou às lojas nesta segunda-feira, 21 de março.

Corre Grafeno por dentro  

Lembrando que esse tênis exige adaptação, pois "joga" o corredor para frente e, para melhorar a performance,  o corredor deve estar bem treinado. O tênis sozinho não faz milagre. Por isso, é bom experimentar na loja antes. Este modelo da Olympikus, pelo menos o feminino, está com uma forma um número menor da forma tradicional da marca. E cuidado com a alcinha posterior em cima do contraforte, ela é só de enfeite. O tênis é bem leve, 198g no 36 feminino, e tem um cabedal bem ventilado. O cadarço é normal e a lingueta, superfininha. E o drop é de 8mm. Há duas opções de cores, cinza/grafite e branco/laranja

Marcio Callage, diretor de Marketing da Olympikus, no lançamento em 18 de março de 2022.  

3 perguntas para Márcio Callage, diretor de marketing Olympikus

Publicidade

Durante a Maratona do Rio de Janeiro, em novembro passado, você havia comentado que seria lançado no início deste ano um tênis com grafeno, um tipo de carbono. Como a marca enxerga esse momento?

Marcio Callage - Este lançamento marca, para nós, uma revolução. É o marco da entrada da Olympikus no segmento de alta performance da corrida de rua, dentro de um olhar de uma nova coleção de running. O Grafeno é um tênis de alta performance que responde a uma necessidade e um desejo do consumidor brasileiro pelo tênis de placa. E a nossa intenção de construir um tênis de placa que tenha uma identidade brasileira, já que o Brasil é um dos maiores produtores de grafeno do mundo. O grafeno tem essa capacidade de melhorar os polímeros (plásticos) com os quais reage, e é muito usado em comunicações, e deve provocar uma revolução nesse segmento no futuro. E estamos entregando ao consumidor brasileiro um tênis de placa feito com grafeno, que é uma matéria prima brasileira, um calçado que tem por objetivo melhorar a  performance, por conta desse efeito trampolim que a placa oferece, que gera menos cansaço do corpo nas longas distâncias.

Por conta do cenário atual, de inflação e guerra na Europa, o Corre Grafeno entra no mercado como uma opção mais em conta no segmento das placas? 

Marcio Callage - Exatamente, permanecemos com aquela lógica de dar acesso à alta performance, de se posicionar como uma escolha inteligente, e de construir da maneira mais clara possível a possiblidade de acesso de um sonho para aqueles que ainda não podiam comprar um tênis de placa, e também uma  alternativa de placa mais barata para os treinos. Ele entra como o mais barato calçado esportivo de placa de carbono no mercado brasileiro a R$ 699,99. É um produto complexo para se produzir, conta com uma distribuição segmentada, é um tênis mais técnico, e acreditamos que deva esgotar.

O que você pode adiantar dos novos lançamentos Corre Vento e Corre 2?Marcio Callage - O Grafeno inicia esse movimento, que vem depois com os lançamentos do Corre Vento e do Corre 2. Tive um feedback muito bacana de um atleta olímpico, que testou o Corre Vento sem ter contrato conosco, que ele é o melhor tênis médio do mercado. E enviamos o tênis para ele, porque para discutir qualquer tipo de patrocínio e apoio, o primeiro passo é esse, tem que testar antes os modelos. Precisamos que os atletas, que estamos conversando, se sintam à vontade de competir usando nossos produtos. O que revela também um novo passo da marca, que antes tinha um trabalho muito concentrado em influenciadores. E buscamos agora o aval dos atletas da elite para que até os influenciadores se sintam seguros. Já o Corre 2 é um tênis para rodagem, que foi testado pela Universidade de São Paulo (USP), estudo organizado pelo professor Júlio Serrão, referência em biomecânica, com testes com todos os ritos formais da academia. Eles mascaravam o tênis para os testadores não saberem a marca, ou modelo; solicitaram densidades diferentes de EVA - pois estávamos também definindo o Eleva, que está nesses três novos modelos. Um passo gigantesco em tecnologia de amortecimento.

Publicidade

Os três modelos vão ser lançados antes da Maratona de São Paulo, dia 10 de abril? E vamos ter Bota Para Correr este ano?

Marcio Callage - Sim, e na Maratona de São Paulo vamos ter a Casa do Corre, com esses três modelos, que são totalmente diferentes de todos os outros que a Olympikus já lançou até então. E, ao contrário do que as grandes marcas pensavam, a indústria brasileira é capaz sim de produzir  tênis com muita tecnologia. E vamos ter duas etapas do Circuito Bota Pra Correr no segundo semestre, em locais que vamos divulgar em breve.

 

 

 

 

 

 

 

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.