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Muito prazer, geração belga

Maioria dos brasileiros não aprendeu nada com a vitória da Alemanha por 7 a 1

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Por Mauro Cezar Pereira
Atualização:

Na brincadeira tão comum dos programas esportivos de TV, a escolha dos melhores, posição por posição, eram oito brasileiros e apenas três belgas. Kevin De Bruyne e Eden Hazard, dois dos maiores jogadores da atualidade, acabaram “barrados” numa escalação imaginária que tinha Paulinho e Willian, dois reservas em seus clubes, ambos jogando abaixo do esperado na Copa.

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Nos palpites, fossem nos bares, na escola, no trabalho nas redes sociais, na imprensa, desdém de muitos com a Bélgica. Previsões de goleadas, menosprezo aos ótimos jogadores do adversário. Nas “análises” antes da peleja, desequilíbrio entre uma visão minimamente crítica e a torcida alucinada e distorcida, que pesava mais, até entre aqueles que deveriam trazer informação ponderada.

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Fernandinho lamenta após o final da partida. Depois de ter sido um dos piores em campo no 7 a 1 em 2014, o volante fez gol contraque abriu o placar para a Bélgica em 2018 Foto: Gleb Baranich / Reuters

A maioria dos brasileiros nada aprendeu com a vitória da Alemanha por 7 a 1 quatro anos atrás. Debochar do rival e minimizar sua capacidade continua sendo um esporte nacional. Com o nocivo “reforço” de uma parte da mídia que mais torce do que informa, mais distorce do que analisa friamente. Foi a quarta eliminação brasileira para europeus (antes, França, Holanda e Alemanha).

O algoz do Brasil tem valor e não será absurdo algum se daqui a oito dias erguer o troféu de campeão. Apenas o tempo mostrará se mais uma derrota ensinará algo aos de sempre. Mas a eles, aos que debocharam do forte oponente da seleção brasileira, ficou a mensagem: “Muito prazer, geração belga”. 

*Mauro Cezar Pereira é colunista do Estadão e comentarista da ESPN

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